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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

DIALOGANDO....

Hoje em dia muitos de nossos jovens cristão vão para as faculdades seculares e saem de lá tendo uma visão da Bíblia a partir de sua formação. A consequência? Uma cosmovisão secular da Bíblia, uma cosmovisão bíblica a partir das ciencias naturalistas e humanistas. O enfraquecimento da igreja, o enfraquecimento das famílias o enfraquecimento dos cristãos. O diálogo abaixo nos mostra de forma muito interessante e humorada o que tem acontecido com o cristianismo do século XXI. Leiam e me mandem as suas opiniões. O diálogo é uma adaptação do texto The Challeng of Undertandin the Bible encontrado no livro God Centered Biblical Interpretation de Vern S. Poythress.

No campus da uma universidade, João Liberal convidou seus amigos para juntos discutirem a Bíblia.

João Liberal: Estou feliz em ver vocês aqui. A Bíblia é um livro estimulante para mim. E eu creio que vocês vão ter a mesma sensação quando o lerem. Meu personagem favorito é Jesus, e hoje nós vamos discutir uma passagem sobre ele. Ele me faz lembrar o quanto Deus ama e aceita a todos. Ela me encoraja a acreditar na preciosidade da humanidade e em sua bondade. Eu tenho certeza que vocês vão sentir o mesmo. Está todo mundo aqui? Deixe-me ver. Onde está Marta Hedonista?

Norma Naturalista: Ela foi prá praia com o seu último namorado.

João Liberal: E o Carlos Indiferente?

Marcos Relativista: Ele está dormindo no salão de jogos.

João Liberal: Bem, vamos começar. A passagem de hoje é Lucas 4:31-37. Norma, você poderia ler para nós?

Norma Naturalista: Claro. Diz: "E desceu a Carfanaum, cidade da Galiléia, e os ensinava no sábado. E muito se maravilharam da sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade. Achava-se na sinagoga um homem possesso de um espírito de demônio imundo, e bradou em alta voz: Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai deste homem. O demônio, depois de o ter lançado por terra no meio de todos, saiu dele sem lhe fazer mal. Todos ficaram grandemente admirados e comentavam entre si, dizendo: Que palavra é esta, pois, com autoridade e poder, ordena aos espíritos imundos, e eles saem? E a sua fama corria por todos os lugares da circunvizinhança."

João Liberal: Agora vamos discutir. O que vocês acham da passagem?

Norma naturalista: É exatamente o que eu suspeitava: a Bíblia tem a sua origem num grupos de pessoas primitivas e superticiosas. As pessoa atribuiam doenças mentais a ação de demonios e de força ocultas. Eles usaram Deus para explicar o sobrenatural e para expressar os seus medos. Com o advento da ciência nós pudemos ter a verdadeira explicação para tudo isso. Eu acho que Jesus tinha uma habilidade especial para ajudar pessoas com problemas mentais, e as pessoas exageraram inventando uma história de um espírito demoniaco.

João Liberal: A preocupação de Jesus pelos doentes mentais não é inspiradora?

Norma naturalista: Bem... pelo menos ele tentou ajudar os doentes mentais, mas ele era uma pessoa do seu tempo e provavelmente cria nas mesmas supertições. Eu não acho isso tão inspirador João. Coisa mais inspiradora são encontradas nas ciências modernas hoje.

Carolina método crítico: Algo que pode ajudar a interpretar melhor o texto a aplicação o método histórico crítico. Eu tenho feito algumas pesquisas. Essa estória lida foi transmitida de forma oral. Ela pertence à categoria de estórias milagrosas e à subcategoria exorcismo. A igreja primitiva usou esta estória para reforçar o mito de que Jesus tinha poderes divinos e confirmar a autoridade do seu ensino; que segundo, ele afirmava, vinha de Deus. Mas como essa estória foi transmitida de forma oral as pessoa acrescentaram fatos, provavelmente há algum fundo histórico nessa estória, mas hoje é impossível saber exatamente o que aconteceu.

Norma Naturalista: Então como nós podemos discutir essa estória?

Dani Mitológica: Espere um minuto. Não jogem a estória fora! Martin Heidegger e Rudof Butmann, dois grandes pensadores, nos afirmam que estórias místicas como essa podem nos trazer uma mensagem relevante para os dias de hoje. O homem possesso é uma figura simbólica de todos aqueles que estão distantes de Deus e da bondade humana existente dentro deles. Ele vivia em um vida confusa, uma vida alienada, isolado das pessoas, sob o domínio de um poder oculto que ele não sabia explicar. Então ele se encontra com Jesus. Jesus mostra que a vida livre e autêntica só pode ser vivida em comunhão com Deus. Jesus o chama para fora da alienação, do medo da morte e do poder oculto. Jesus o leva a encontrar alegria no amor e respeito pelo próximo. Isso nos mostra que as pessoas ainda podem ter um encontro com Jesus hoje. As pessoas da época criaram esse mito porque isso era parte da cultura deles. A nossa cultura é diferente, mas as lutas do homem são as mesmas.

Fábio Terapeuta: Eu acho que a Dani tem certa razão, mas ela ainda é influenciada pelo pensamento religioso. É claro que a cultura de hoje é diferente, Mas há uma coisa semelhante: a necessidade de autoestima. Esse jovem sofre de baixa autoestima. Ele tinha um comportamento estranho, por isso, as pessoas o evitavam e o rotulavam, é um clássico exemplo de bullying. As pessoas começaram a dizer que ele estava possuido de um demônio. E essa acusação o fez se sentir pior, pois ele começou a acreditar no que as pessoas diziam, e começou a agir do jeito que as pessoas esperavam que ele agisse. Jesus quebrou o poder da disfunção psicológica tratando-o diferente. Jesus soube distinguir entre quem ele de fato era e quem os outros diziam que ele era.

Breno Novaera: Fábio, você está certo. Tudo tem a ver com autoestima. Mas o que naquele homem nós devemos admirar? Será que as pessoas sabem? As pessoas vivem ocupadas hoje em dia com as suas ocupações triviais. Nós devemos parar e meditar sobre quem realmente somos. Os psicologos podem ajudar as pessoas na maioria das vezes. Mas em minha opinião isso não chega aos pontos mais profundos da alma. Porque isso é um problema espiritual. Quando eu comecei a explorar a minha espiritualidade eu comecei a ver que forças espirituais trabalham em diferentes áreas de nosso ser. Então, eu comecei a entrar em contato com essas forças espirituais. Eu melhorei minha autoestima apenas quando eu comecei a descobrir a minha energia espiritual interior. Eu acho que Jesus sabia alguma coisa a respeito desta espiritualidade interior. A Bíblia não diz alguma coisa sobre o fato de Jesus ser Deus? Bem, todos nós temos essa faísca divina dentro de nós. Eu não fico admirado de ele ter sido influenciado por alguém que tinha uma baixa autoestima. Vocês sabem, eu tenho estudado a Bíblia um pouco mais, e talvez eu possa aprender com Jesus alguma coisa a respeito de desenvolver a divindade existente em mim.

Roberta Relativista: Essa discussão é uma ilustração perfeita de que cada um tem a sua própria verdade. Cada um de vocês tem interpretações diferentes do texto. Cada um intepreta o texto a partir dos seus pressupostos e experiências de vida. E nós crescemos quando ouvimos os vários pontos de vista a respeito do mesmo assunto. Nós podemos tirar benefícios tanto da Bíblia como de qualquer outro livro, deixando-os estimular os nossos pensamentos. Cada um de vocês deve descobrir o que é a verdade para cada um. O que funcionar para você é a verdade para você.

Vírginia Construtivista: Roberta, as pessoas têm reações diferentes porque a linguagem é sempre fluída, flexível e inerentemente ambigua. Ninguém pode dar um significado fixo para essa passagem o entendimento dela é construido na interação do leitor e do tempo em que ele se encontra com o texto. Portanto, isso varia de pessoa para pessoa e de época para época.

Mário Marxista: Lucas escreveu essa passagem para legitimar a sua própria autoridade e a autoridade do líderes da igreja da época. A igreja oferecia libertação para as classes menos favorecidas e essa libertação foi simbolizada por esse homem possuído. Mas todas as pessoas que estavam na igreja tinha que se submeter à autoridade de seus líderes e essa autoridade é simbolizada por Jesus.

João Liberal: Ah, não! Nosso tempo acabou. E nós ainda não ouvimos a Olívia ocultista, Cíntia feminista e a Susana sociologista. Vamos continuar essa discussão na próxima semana.

Susana Sociologista: Eu também gostaria de ouvir a Maria Cristã. Podemos chamá-la no próximo encontro?

João Liberal: Bem, para ser bem sincero, não a convidei propositalmente. Ela é muito fundamentalista. Ela acredita que a Bíblia é literalmente a Palavra de Deus e a verdade absoluta.

(risos)

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