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terça-feira, 12 de julho de 2011

UMA PALAVRA SOBRE DEPRESSÃO


Em geral, o atendimento a pessoas depressivas está em segundo lugar em meu ranking de atendimentos, perdendo apenas para problemas conjugais.  E várias dessas pessoas tem conseguido superar este problema à luz de uma abordagem bíblica, muito amor, e sinceridade. Por isso, resolvi escrever este post para expressar um pouco daquilo que tenho aplicado em meus aconselhamentos com pessoas depressivas.


Para compreendermos a depressão primeiro precisamos entender as definições correntes e, então, à luz das Escrituras interpretarmos as definições existentes. Portanto, no post de hoje gostaria de apresentar as duas definições mais comuns existentes do que é depressão. Gostaria de apresentar a definição médica e a definição cultural de depressão:


Definição médica: de acordo com essa definição a depressão é semelhante a uma gripe. É algo que vem de fora da pessoa, portanto, a pessoa não é responsável por isso e para que ela seja tratada é necessário um especialista. Neste caso o diagnóstico é baseado em dados subjetivos e não objetivos. Pois exames laboratoriais não conseguem detectar com precisão se a pessoa está realmente com depressão. Em geral, o diagnóstico é baseado no relato do paciente e de acordo com os sintomas apresentados o especialista confirma ou não o diagnóstico. E quanto ao desequilíbrio químico? Você pode perguntar. De fato em algumas pessoas diagnósticas com depressão, alguns exames apontam para um desequilíbrio químico presente no cérebro. No entanto, trata-se apenas de uma teoria, pois não há consenso ainda de que a depressão é causada pelo desequilíbrio químico ou o desequilíbrio químico é que é causado pela depressão. Desta forma, a teoria do desequilíbrio químico não tem base científica suficiente para afirmar que pessoas acometidas de depressão tem como causa primária o desequilíbrio químico cerebral. Sendo assim, na maioria das vezes o diagnóstico médico é baseado no comportamento e não em um exame laboratorial.


Definição cultural: essa definição é a definição aprendida na rua, nas novelas globais, nos filmes de Hollywood. É um conceito baseado em um sentimento depressivo. As pessoas dizem: “porque eu me sinto mal, sou incapaz de fazer algumas coisas”, nesta caso a pessoa vive pelo sentimento.  Mas há algo que devemos levar em conta com respeito ao sentimento: o sentimento não acontece, mas ele é um produto do que nós cremos, pensamos e acreditamos.  Uma passagem bíblica que nos fala muito a respeito do sentimento é Gênesis 4: 1-7. Caim começa mal, apresentando uma oferta pecaminosa diante de Deus, já Abel, seu irmão, deu a Deus o melhor (as “primícias” e a “gordura”), ao passo que Caim trouxe uma oferta e só. Deus então rejeita a oferta de Caim, no entanto, Caim reage de forma pecaminosa à rejeição (fica irado e deprimido). A ira e a depressão são notadas por Deus, que observou que essa reação era errônea. Qual é então o conselho de Deus? Ele diz: faze o bem e se sentirá bem (versículos 6 e 7 – o teu semblante será levantado). Depois Deus o adverte contra o risco de negar-se a arrepender-se e oferecer o sacrifício correto. Deus o alerta que se ele continuar a complicar o problema com uma reação pecaminosa (“Se procederes mal”), cairia em pecado mais profundo. A única esperança de Caim era em dominar o pecado, dominar o sentimento, dizer não à ira e à depressão e lutar contra elas, só o arrependimento poderia quebrar o esquema pecaminoso. Infelizmente Caim não atende ao conselho de Deus, e cai mais profundamente no pecado, exatamente como Deus o advertira, chegando a assassinar o próprio irmão. A mistura de rancor, ira, autocomiseração o levou a esta conduta má. Essa passagem deixa claro um princípio que está no contrapé do que se tem afirmado: a mudança de comportamento gera uma mudança de sentimento. Os nossos comportamentos, inclusive o depressivo são resultados daquilo que pensamos, queremos e cremos. Geralmente, quando a pessoa fica depressiva é porque ela tem hábitos errados sobre o que querer, o que crer, e o que pensar.


A nossa reação às circunstâncias de vida (momentos tristes e alegres), revelam o que está dentro do nosso coração. Uma pergunta que se deve fazer quando se está deprimido é: será que eu tenho uma crença correta, um pensamento correto e um querer correto em meu coração? Não é porque algumas coisas aconteceram (por mais tristes que sejam), que você tem que ficar deprimido, você só fica deprimido se escolher pensar errado. Tudo o que o Deu soberano permitiu acontecer em minha vida não tem que me deixar deprimido, triste sim, mas não deprimido. Você não precisa viver de acordo com o sentimento, eles são importantes, mas não o mais importante, Deus nos deu a capacidade de pensar e de escolher.


O que importa é o que Deus quer que sejamos e o que Deu quer que façamos. À medida que escolhemos amar a Deus a despeito de como nos sentimos, normalmente isto redunda em alegria. Mas a alegria é resultado de fazer escolhas corretas. O problema é que as pessoas dizem: “eu só faço o que é certo quando eu sinto que tenho que fazer o que é certo”, quando pensamos assim somos sérios candidatos à depressão.

Para isso precisamos mudar o alvo de nossas vidas. E precisamos entender que o alvo é fazer a vontade de Deus e não se sentir melhor. Quando o alvo de nossas vidas é sentir-se bem, sentir-se bem se torna um deus, e como qualquer outro Deus, este Deus nos escraviza.


Pr Carlos

segunda-feira, 11 de julho de 2011

CONCRESSO PSICOLOGIA E CRISTIANISMO


A quinta edição do Congresso Internacional de Ética e Cidadania, enfoca a importância que a visão de mundo tem para o tratamento das necessidades psicológicas do ser humano. Aquilo que acreditamos acerca do ser humano e da origem de seus traumas, problemas e deficiências haverá de influenciar decisivamente na busca por soluções que aliviem o seu sofrimento e que o ajudem a encontrar o seu caminho. Nesta esfera, é crucial perguntarmos qual o papel da visão cristã de mundo na avaliação e resolução dos problemas que afligem as pessoas em nossa sociedade.
Em outras palavras, é possível uma relação frutífera e eficaz entre fé cristã e psicologia? Estas e outras questões afins, são o tema do V Congresso Internacional de Ética e Cidadania:Psicologia e Cristianismo.
Nosso Congresso tem a honra de contar, para debater essa relação tão controversa, com Dr. David Powlison e Dr. Eric Johnson. Powlison é considerado uma das maiores autoridades em aconselhamento bíblico de nossa atualidade. Johnson é autor de inúmeros livros e artigos sobre psicologia cristã, sempre argumentando a favor da necessidade de teologia no aconselhamento e na pesquisa psicológica.
Além deles, teremos também a participação de conferencistas nacionais que explorarão o tema sob outras perspectivas, permitindo a interação com o público presente através de sessões de perguntas e respostas.
A programação se completa com as tardes de oficinas. Serão momentos ímpares com convidados renomados, que na especialidade de cada um, trarão importantes contribuições complementares ao tema central.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie espera que através dessa múltipla participação, seja possível a construção de um saber que ao mesmo tempo permita um estudo aprofundado e acadêmico sobre o assunto, bem como, sem lançar mão da opinião contraditória, manifestar o relevante subsídio que a cosmovisão reformada tem a dar na compreensão da natureza humana.
Você é nosso convidado!
Fernando de Almeida
Coordenador Geral

Incrições: http://www.mackenzie.br/vcongresso.html