Páginas

quarta-feira, 11 de julho de 2012

VENCENDO A ANSIEDADE


Baseado em Fp 4.6-9
Paulo recomenda que não sejamos ansiosos, mas não apenas isso. Ele ajuda-nos a preencher o vazio conduzindo-nos a atitudes positivas: oração, pensamentos e atos corretos. A melhor forma de eliminar um mau hábito é substituí-lo por outro bom, e poucos hábitos são tão perniciosos como a ansiedade, sendo a oração o principal meio de combatê-la. Há duas características que compõem a vida cristã: simplicidade e permanência. As orientações bíblicas para se vencer os problemas são simples, não são complexas, você não encontrará um número esgotáveis de volumes para estudar sobre ansiedade para vencê-la, nem tão pouco se deparará com uma complexidade de termos e propostas que só especialistas entendem e precisam traduzir para você, mas ser simples não significa que não seja profundo, a verdade de Deus é simples e profunda, e há muita coisa complexa que é superficial.  Mas também a vida cristã é permanente, baseada na rotina e na disciplina. Portanto, as orientações que o texto nos dá sobre vencer a ansiedade são orientações calcadas na simplicidade e permanência, faça dessas orientações um hábito em sua vida.
1 – Para vencer a ansiedade devemos orar corretamente.
O pecado da murmuração acompanha muito o pecado da ansiedade, o ansioso tem dificuldade em agradecer. Petições = pedidos específicos feitos a Deus ante as dificuldades. Em lugar de orarmos a Deus com sentimentos de dúvida, desalento ou descontentamento, devemos aproximar-nos Dele com atitude de gratidão. A promessa bíblica é que nenhuma provação estará acima da nossa capacidade de suportá-la.
 “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” (1 Co 10.13)
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito... para serem conformes à imagem de seu Filho...”
“... depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.” ( 1 Pe 5.10)
Esses são princípios chaves da vida cristã, memorize-os, e interprete tudo o que acontece à luz destes princípios. Saiba que todas as dificuldades estão dentro do propósito de Deus. 
A gratidão nos liberta do medo da ansiedade. Ser grato é uma expressão de real confiança de seu problema no controle soberano de Deus. Olhe para o passado e comece a agradecer a Deus por todas as coisas boas que ele já te Deus.
Aqui há uma promessa: calma e tranquilidade interior aos crentes que oram com atitude de agradecimento, uma “paz que excede todo o entendimento”, ela é de origem divina, excede o intelecto, análise e intuição humanos. Nenhum conselheiro humano pode dá-la você, porque é uma dádiva de Deus em resposta à gratidão e confiança.
O desafio da vida cristã não é eliminar cada situação desconfortável de nossas vidas, mas sim confiar em nosso Deus soberano, sábio, bondoso e poderoso em todas as circunstâncias. Coisas que podem nos pertubar como: autoimagem, como os outros nos tratam, onde vivemos, onde trabalhamos, podem ser fonte de força, não fraqueza.
Como discípulos de Cristo temos que encarar o fato de que  vivemos em um mundo imperfeito, e, portanto, teremos aflições. Há uma parábola de John Bunyan  chamada “Guerra Santa”, nela John ilustra como essa paz protege o coração do crente da ansiedade, dúvida, medo, angústia. Nela o Sr. Paz de Deus foi nomeado para vigiar a cidade Alma do Homem. Enquanto o Sr. Paz de Deus governou, Alma do Homem usufruiu de harmonia, felicidade, satisfação e saúde. Entretanto, o Principe Emanuel foi embora, porque Alma do Homem o ofendeu. Consequentemente, o Sr. Paz de Deus renunciou  à sua posição, desencadeando o caos. O crente que não vive confiante na Soberania de Deus carecerá de Sua Paz e será deixado no caos de um coração atormentado. Mas nossa constante confiança no Senhor nos permitirá agradecer-lhe em meio às provações, porque temos a paz de Deus atuando para proteger nossos corações.
Durante a Segunda Guerra Mundial, um cargueiro alemão apanhou um missionário, cujo navio havia sido torpedeado. Ele foi posto no porão. Ele estava tão apavorado que nem conseguia fechar os olhos, então começo a orar e lembrou-se do Salmo 121 que diz: “o meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme.” Então ele orou da seguinte maneira: “Senhor, não há realmente, qualquer utilidade em ambos ficarmos acordados esta noite. Se tu vais ficar de sentinela, agradeço-Te por eu poder dormir.” (O Homem Correto. Paul S. Rees.). Ele substituiu o medo e a ansiedade por uma oração de gratidão e a consequente paz de Deus permitiu que ele dormisse, cultive esse hábito de ser mais grato.
O foco da ansiedade esta em:
1 – Aquilo que eu não tenho: a ansiedade é ingrata.
2 – Aquilo que pode acontecer: ficamos divididos entre as realidades do hoje e o medo do amanhã.
3 – Eu mesmo: a ansiedade é egoísta, ela pergunta: como isto me afeta? Que proveito vou tirar disto? Eu sei que isso pode ajudar outras pessoas, mas que resultado vai ter para mim?
O foco da gratidão está em:
1 – Aquilo que já tenho: a gratidão diz “obrigado Senhor porque sou capaz de servir aos outros, obrigado porque o Senhor supre as minhas necessidades.
2 – Aquilo que Deus promete que acontecerá: a gratidão liga-se à fé. Liste as suas preocupações e coloque uma promessa bíblica ao lado de cada uma delas.
3 – Deus e o próximo: a gratidão está centrada em outas pessoas. Ela se disciplina para manter o foco em Deus e o próximo. A gratidão pergunta: como posso agradar a Deus  e  honrá-lo? O que posso fazer para ajudar o meu próximo?
2 – Vença a ansiedade pensando corretamente.
Além de orarmos devemos adotar novas formas de pensar. O que as Escrituras nos dizem sobre nossos padrões de pensamento antes, durante e após a conversão?
Antes da conversão
Rm 1.28 “Por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes.”
2 Co 4.4 “... o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos.”
Ef 4.18 “obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem.”
Antes da conversão temos a mente pervertida e corrupta, não escolhemos o que é bom, somos espiritualmente cegos, por isso não praticamos o que é bom, e nem conseguimos perceber o mal que fazemos.
Quando nos convertemos
Rm 1.16 “o poder de Deus para a salvação.”
Rm 10.17 “a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus.”
A salvação começa pela mente quando o indivíduo entende a seriedade do pecado e a obra de Cristo na cruz. A salvação requer uma reação  inteligente: confiança na verdade revelada de Deus, que se comprova na vida como verdadeira e racional. A fé cristã não é um salto no escuro, ela é baseada em fatos, ela é lógica, ela envolve reflexão. Quando a nossa A fé é pequena em vez de controlarmos os nossos pensamentos, somos controlados por eles. Na verdade a ansiedade é a ausência de pensamentos corretos.
A ansiedade resulta da pouca reflexão na direção certa. Se você entender quem é Deus e entender Seus propósitos, promessas e planos, isso o ajudará a não sentir ansiedade. A fé é uma reação racional à verdade revelada. Quando nos entregamos a Cristo nossas mentes são transformadas, os padrões divinos são injetados em nossos padrões de pensamento. Mas como vivemos em um mundo caído, as nossas mentes precisam continuamente ser renovadas e purificadas. Então o que devemos pensar?
a)      Coisas verdadeiras: A verdade é encontrada na Palavra de Deus, apoiar-se no que é verdadeiro requer meditar na Palavra.
b)      Coisas nobres: tradução literal respeitável, refere-se àquilo que é digno de respeito. Devemos dar importância a tudo o que é sagrado e digno de adoração.
c)      Coisas retas: retidão, honradez. Nossos pensamentos devem estar em perfeita harmonia com o padrão eterno, imutável e divino de nosso Santo Deus, como está revelado nas Escrituras. O pensamento reto está em harmonia com a santidade de Deus.
d)     Coisas puras: moralmente limpo, sem impureza.
e)      Coisas afáveis: amável, agradável, cordial. Isso pressupõe que devemos valorizar e aceitar tudo quanto é bondoso e afável.
f)       Coisas louváveis: reputação, de boa reputação, associa-se como um todo que é respeitável no mundo.  Isso inclui respeito pelos outros.
O que Paulo quer dizer é: se há tantas coisas excelentes e dignas ao nosso redor, concentre-se nelas. A concentração nas virtudes cristãs afetará o seu julgamento sobre o que assistir ou ler e transmitir. Isso porque o seu pensamento afeta os seus desejos e comportamento.
Toda vez que você perceber que a mente está perambulando em um território proibido (e isso vai acontecer) mude o rumo do seu pensamento. Peça a Deus para ajuda-lo a focalizar naquilo que é bom.
3 – Para vencer a ansiedade devemos agir corretamente.
Todo esse pensamento cristão deve conduzir a um fim prático. As palavras de Paulo falam de ação repetitiva e contínua.  É o mesmo que se diz a alguém que está aprendendo um instrumento, Paulo está falando de rotina. A Palavra de Deus cultiva atitudes, ações e pensamentos cristãos, que evitam que as provações e tentações nos dominem. Tg 1.22 nos alerta sobre sermos ouvintes e não praticantes. Um exemplo de atitude correta está na forma de vencermos o medo: com atitudes de amor. Veja o guadro abaixo:
O CAMINHO DO HOMEM  (MEDO)
O CAMINHO DE DEUS (AMOR)
O Amor procura oportunidade para dar.
O medo mantem-se alerta para as possível conseqüências de um envolvimento.
O amor entrega a sua vida pelos outros.
O medo não assume riscos pessoais para ajudar os outros.
O amor tudo crê.
O medo é altamente desconfiado.
O amor nunca acaba.
O medo gera maior medo – falhando no cumprimento de responsabilidades, você sentirá maior medo por temer as conseqüências de ter agido com irresponsabilidade.
O que as pessoas podem fazer contra mim?
O que eu posso fazer pelo meu próximo?
Leva sempre à suspeita
Confia em Deus e nas pessoas.
Falha nos afazeres do dia a dia porque está muito preocupado com o amanhã.

Está muito preocupado com as coisas de  hoje a ponte de não ter tempo para se preocupar com as coisas de amanhã.
Gera mais medo. Promove falhas em assumir falhas em assumir responsabilidades, pois tem medo das consequências. A pessoa começa a agir de forma responsável.
Gera um amor ainda maior, traz paz e alegria e satisfação e maior amor e dedicação ao trabalho.

É auto protetor.
Protege o outro.

Evita pessoas.

Se movimenta em direção ás pessoas.

Um grande exemplo de vitória sobre a ansiedade vemos na vida de  George Muller que já desde o início tomou a posição que manteria durante todo o seu ministério, de nunca revelar suas necessidades às pessoas, e de nunca pedir dinheiro de ninguém, somente de Deus. Ao mesmo tempo, decidiu que também nunca entraria em dívida por motivo algum, e que não faria reservas, nem guardaria dinheiro para o futuro. Durante mais de sessenta anos de ministério, Müller iniciou 117 escolas que educaram mais de 120.000 jovens e órfãos; distribuiu 275.000 Bíblias completas em diferentes idiomas além de grande quantidade de porções menores; sustentou 189 missionários em outros países; e sua equipe de assistentes chegou a contar com 112 pessoas. Seu maior trabalho foi dos orfanatos em Bristol, na Inglaterra. Começando com duas crianças, o trabalho foi crescendo com o passar dos anos, e chegou a incluir cinco prédios construídos por ele mesmo, com nada menos que 2000 órfãos sendo alimentados, vestidos, educados e treinados para o trabalho. Ao todo, pelo menos dez mil órfãos passaram pelos orfanatos durante sua vida. Só a manutenção destes órfãos custava 26 mil libras por ano. Nunca ficaram sem uma refeição, mas muitas vezes a resposta chegava na última hora. Às vezes sentavam para comer com pratos vazios, mas a resposta de Deus nunca falhava. No decorrer da sua vida, Müller recebeu o equivalente a sete milhões e meio de dólares, como resposta de Deus. Além de nunca divulgar suas necessidades, ele tinha um critério muito rigoroso para receber ofertas. Por mais que estivesse precisando (pois em milhares de ocasiões não havia recursos para a próxima refeição), se o doador tivesse outras dívidas, se tivesse evidência de que havia alguma atitude errada, ou alguma condição imprópria, a oferta não era aceita. Um relato seu do dia 28 de novembro de 1838 afirma: “Este foi talvez, o dia mais marcante até agora! Quando orava esta manhã, cri firmemente que o Senhor enviaria ajuda, embora tudo parecesse tão escuro quanto às aparências naturais. Ao meio dia, como de costume, reuni-me com irmãos e irmãs para oração. Apenas um shilling (dezessete centavos) havia entrado e tudo, exceto dois pence (sete centavos), já haviam sido gastos. Tinhamos tudo que era necessário para o jantar nos três orfanatos, mas nem no orfanato para criancinhas nem no orfanato para meninos havia pão suficiente para o chá ou dinheiro para comprar leite. Unimo-nos em oração, entregando a situação nas mãos do Senhor. Enquanto orávamos, bateram à porta, e uma das irmãs saiu. Após orarmos em viva voz, eu e os dois irmãos continuamos, por um pouco, orando em silencia. Eu elevava o meu coração ao Senhor, pedindo-lhe que fizesse um caminho para nosso escape. Perguntei ao Senhor se havia mais alguma coisa que eu pudesse fazer em boa consciência, além de esperar Nele, para que pudéssemos ter comida para as crianças. Ao fim, ficamos em pé. Eu disse: “Certamente Deus enviará ajuda.” As palavras não haviam ainda saído totalmente de meus lábios quando percebi uma carta repousando sobre a mesa, a qual havia sido trazida enquanto orávamos. Nela havia dez libras para os órfãos. À noite passada, um irmão me perguntou  se o dinheiro disponível para os órfãos, neste momento em que as contas seriam fechadas, seria tanto quanto o fora na oportunidade anterior. Minha resposta foi que seria tanto quanto ao Senhor agradasse. À manhã seguinte este irmão foi movido a enviar dez libras para os órfãos, as quais chegaram após eu ter saído de casa, e foram, por conta de nossas necessidades, remetidas imediatamente para mim. Ele também enviou dez libras para serem divididas entre mim e o irmão Craik para comprar novas roupas.”
Pr Carlos