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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

ACONSELHANDO PESSOAS ENVOLVIDAS COM A PORNOGRAFIA - PARTE III

Vivendo em um mundo pornificado.


Estão grandemente enganados aqueles que pensam que a pornografia afeta apenas a vida de seus usuários e aqueles que possuem algum envolvimento com eles. A pornografia consiste em uma cosmovisão, uma filosofia. Ela ensina que o prazer é a proposta redentora para a humanidade, neste sentido ela tem influenciado toda uma geração e seu estilo de vida, mesmo aqueles que nunca tiveram acesso à pornografia são de alguma forma influenciados por ela através dos filmes de hollywood, da novelas globais, das músicas e clips da MTV e dos reality shows, tendo em vista, que a forma como o sexo é mostrado traz em si os conceitos da pornografia. Mas, sem dúvida, a grande responsável pela popularização da pornografia é a internet. Ela também, muitas vezes associa-se a cultura do videogame e chega a insinuar-se em áreas não obcenas da internet. É possível que num site de busca coloque-se, por exemplo, a palavra surf e venha o contato de várias páginas de pornografia. Para a geração do século vinte e um é difícil evitar esse mal. Para adolescentes não passa de mais uma atividade on-line. Não há muitos obstáculos para entrar e quase nenhum senso de tabu, afinal esta é uma geração que aprendeu a viver conectada e que passear pela internet faz parte da sua rotina. Muitos adolescentes acham a pornografia inofensiva, encaram-na como simples divertimento. As moças, hoje em dia, têm ícones a serem seguidos pessoas como Sheila Carvalho, Daniela Cicarelli, Madonna, as mulheres frutas. Pousar para a Playboy virou um alvo, uma referência, um sinal de status e carreira bem sucedida. Até mesmo estrelas pornôs têm sido alvo de admiração como Leila Lopes e Alexandre Frota. Muitos homens têm orgulho em ostentar em suas roupas a palavra Hustler. Programas como Superpop têm sua audiencia sustentada em debates envolvendo estrelas pornôs, prostitutas, homossexuais, desfiles de lingerie (com a desculpa de ser um desfile de moda íntima). Adolescentes têm aprendido o que as mulheres desejam e como devem agir com elas por meio da pornografia. Absorvem os conceitos de prazer sexual e dos desejos femininos por meio da cultura pornificada. Num estudo de 2001 conduzido pela Kaiser Family Foundation 59% dos entrevistados de quinze a vinte anos disseram que em sua opinião ver pornografia pela Internet encoraja os jovens a fazer sexo antes de estarem preparados e 49% acharam que esse hábito induz as pessoas a transar sem proteção.Quase metade dos entrevistados (49%) pensava que a pornografia pela Internet pode levar ao vício e promover atitudes indevidas com relação às mulheres. Numa pesquisa de âmbito nacional do Gallup, de 2002, 69% dos garotos adolescentes com idade entre treze e dezessete anos declararam que, mesmo sem ninguém saber, se sentiriam culpados por acessar sites obscenos. Um número ainda maior de garotas – 86% - disse a mesma coisa. (Paul, 2006, pág. 178). Portanto, pode-se ver que a pornografia afeta a sexualidade, e isto pode variar de acordo com a idade da exposição e o maior grau de obscenidade do material. Como a pornografia tem um propósito de levar à masturbação frente a imagens e vídeos irreais de cunho sexual, há uma tendência a encarar os relacionamentos de forma impessoal, o sexo torna-se uma prática isolada voltado para espiar pessoas sem ficar com elas. Além do mais a excitação torna-se vinculada a um estereótipo físico, dos artistas pornôs. Como a pornografia ensina que a coisa mais importante é o contato genital, não a intimidade, aqueles que têm acesso à pornografia passam a encarar o sexo desta forma, vendo a mulher como um objeto, sempre disposta a ter uma relação sexual. Adota-se o conceito de que é possível fazer sexo a despeito dos sentimentos e não por causa dos sentimentos. Aprendem que não há intimidade no sexo. Passa-se a encarar o sexo como divorciado do relacionamento. Mas o fato é que o consumo da pornografia cobra um preço emocional muito alto. A pornografia, em alguns casos, passa a funcionar como uma droga, pois ela traz euforia, entusiasmo, agitação, excitação e obsessão. E muitos, no afã de sentirem essas sensações, precisam constantemente recorrer a ela, tendo em vista que, para eles,  uma relação sexual normal não traz mais esses sentimentos. O sexo passa a ser destoado de amor e afeição. Quando envolvidos pelo mundo da pornografia os homens têm uma visão distorcida de si mesmos, sentem-se melhores, mais fortes, mais poderosos do que as mulheres que vêem na pornografia. Há uma confusão entre virilidade e desempenho sexual. A pornografia proporciona aos homens um mundo em que o sexo não está envolto de emoções, medos e riscos.

Pr. Carlos

Citação

PAUL, Pamela. Pornificados: Como a Pornografia está transformando a nossa vida, nossos relacionamentos e as nossas famílias. Tradução: Gilson César Cardoso de Sousa – São Paulo: Cultrix, 2006.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ACONSELHANDO PESSOAS ENVOLVIDAS COM A PORNOGRAFIA - PARTE II

O efeito da pornografia nas mulheres.



As mulheres que são incluídas no mundo pornificado, geralmente pelos parceiros, aprendem a objetificar-se. Muitas, influenciadas pela pornografia, têm tido uma mudança em seu comportamento sexual. A fim de comprovar isto Pamela Paul traz a seguinte história:

Valerie, que é solteira, admite ter vida sexual ativa com mais parceiros do que a média, embora não consiga determinar exatamente o número deles. Gosta de jovens, artistas, homens com quem possa manter um relacionamento francamente sexual. “Quando estou com um cara que começa a imitar atos aprendidos em filmes pornográficos, fico à vontade e acho excitante”, revela, “O meu senso de erotismo foi, em definitivo, influenciado pelas mesmas forças pornográficas que afetam os homens, por isso respondo bem às mesmas atitudes, posições e estilos de seu agrado. Também eu passei por uma lavagem cerebral.” Mas, embora fisicamente satisfatório, o sexo que daí resulta tem o seu lado negativo.”Ele é, ao mesmo tempo, chato”, tenta explicar. “Não quero ser apenas o Corpo A. Quero que os homens se sintam comigo, com Valerie, uma mulher individualizada, como o seu próprio corpo e personalidade. Quero que estejam presentes no ato, não que reproduzam alguma forma de comportamento. Ou seja, que aquela seja a nossa experiência, não uma encenação baseada na pornografia.” (PAUL, 2006, 124).



O que se constata é que, quando se submete aos conceitos sexuais da pornografia, a mulher também se permite ser um objeto de prazer sexual para os seus parceiros, sentindo-se, por isso, desvalorizada, diminuída e vazia.

A grande questão é que a pornografia comunica às mulheres que para elas conquistarem os homens devem ser e agir como as atrizes de filme pornô. Pois quando os homens vêem pornografia eles absorvem a sua mensagem sobre o que é ser uma mulher sexy. A pornografia dita a aparência das mulheres e distorce as expectativas quanto ao seu modo de agir. Em resumo, ela dispersa a intimidade, objetifica pessoas e torna o sexo apenas um elemento de busca pelo prazer.

Os relacionamentos afetados pela pornografia tornam-se auto-centrados e pouco íntimos. A pornografia também afeta a monogamia do casamento, porque fantasias apresentadas por ela nada têm a ver com o casamento, pois incentivam relações grupais, homossexuais e até mesmos bestiais.

A pornografia, também, apresenta um sexo sem preliminares, destinado à satisfação masculina, estando a mulher sempre a serviço do homem. Tudo o que o homem faz é tocar a mulher que logo começa a gemer de prazer. E a grande questão é que muitos adolescentes, consumidores de pornografia, vão para seus casamentos achando que a vida sexual é desta forma. Na verdade, trata-se de uma fórmula matemática: quanto mais o homem vê pornografia, menos satisfeito se sente com a aparência e o desempenho sexual da parceira.

Neste sentido, Paul traz a seguinte constatação:

Segundo pesquisa Elle-MSNBC.com, de 2004, 45% dons homens que viam pornografia pela internet por cinco horas ou mais durante a semana confessam estar se masturbando em excesso e um em cinco declarou que já não fazia sexo com a parceira como antes. Isso não surpreende, porque 35% disseram que o sexo real com uma mulher se tornara menos excitante, e 20% admitiram que o sexo real já não se podia comparar ao virtual. (PAUL, 2006,147)



Acontece que a concorrência do sexo real com o virtual é desleal, visto que no sexo pornográfico a rota para o sexo é mais fácil, tanto no quesito emocional quanto físico, do que o convívio com outro ser humano. Na pornografia não há necessidade de conquista, de cortejo, de afeto e carinho.

Um outro aspecto da pornografia que afeta os relacionamentos familiares é o tempo. Um homem envolvido com a pornografia precisa de tempo para isso, tempo para caçar as fantasias que atendem os seus desejos, para ver um número cada vez maior delas, tempo este que é retirado do convívio familiar ou de amigos.

Mulheres que descobrem que seus maridos estão envolvidos com pornografia sentem-se rejeitadas e não suficientemente boas para eles. Veja o seguinte relato:

Evan, de vinte e um anos, estudante de Ciência da Computação, admite que há base para os receios femininos. Uma de suas ex-namoradas não gostava que ele consumisse pornografia. “Ela considerava isso um insulto pessoal”, lembra-se “Achava que não era boa o bastante.” Quando o via folheando a Maxim ou a Playboy, ou assistindo a um DVD, dizia: “Por que você precisa disso? Eu não lhe basto?” A verdade, admite Evan, era que não. Nenhuma mulher pode ser tão atraente ou sensual como as atrizes pornôs – e por isso Evan gostava tanto delas. (PAUL, 2006. Pág. 150)

A grande questão é que as mulheres do mundo da pornografia não são reais, elas interpretam; são tranformadas por plásticas e maquiagens, ou seja, aquilo que é apresentado não existe de fato. Por isso, as mulheres do mundo “real” não podem concorrer com ela, já que é impossível atingir as expectativas de homens afetados pelos conceitos da pornografia.

Homens influenciados pela pornografia acreditam que sexo anal e sadomasoquismo, por exemplo, constituem práticas comuns de um casal sexualmente ativo. Eles concluem que casais que não se entregam a essas práticas não são sexualmente felizes e que para serem felizes em suas vidas sexuais devem se entregar às práticas da pornografia.

Pr. Carlos

Citação:
PAUL, Pamela. Pornificados: Como a Pornografia está transformando a nossa vida, nossos relacionamentos e as nossas famílias. Tradução: Gilson César Cardoso de Sousa – São Paulo: Cultrix, 2006.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ACONSELHANDO PESSOAS ENVOLVIDAS COM A PORNOGRAFIA (PARTE 1)


Vivemos em um mundo pornificado, um mundo em que a pornografia está misturada à cultura popular, ela não é mais algo secreto e vergonhoso. Meninos e meninas têm tido acesso ao mundo da sexualidade por meio da pornografia. E ela tem definido, em alguns casos, as suas vidas sexuais, estando presente não presente apenas nos filmes pornográfico, como também nas esculturas, pinturas, no cinema, nas novelas, nas músicas e nos clips da MTV, não dá mais para fingir que a pornografia não faz parte da vida do homem do século XXI. Ignorar a pornografia significa fechar os olhos para um problema que tem afligido a vida de milhões de brasileiros.


Desta forma, a pornografia também está presente na vida da igreja, na vida de vários cristãos, que temem ser descobertos, mas ao mesmo tempo não conseguem se livrar deste mal que os aflige e domina. A pornografia tem consistido na vida de muitos, em uma força sinistra que gera vazio e desesperança, mas que ao mesmo tempo consiste em uma fuga, fuga de uma realidade que exige que nos relacionemos com o próximo, e sejamos íntimos uns dos outros. Acontece que intimidade significa conhecer defeitos e qualidades de uma pessoa. E a pornografia oferece uma rota alternativa, uma fuga da intimidade, uma fuga de relacionamentos profundos e transformadores, uma fuga que tem seduzido a muitos.

A sexualidade não é um tema tratado com muita ênfase pela igreja, apesar de estar sempre presente na vida das famílias que a compõem, e a pornografia é, sem dúvida, um assunto delicado. Mas não se pode ignorar que os conceitos advindos da pornografia estão remodelando o entretenimento, a publicidade, a moda e toda a cultura popular. E além de influenciar seus usuários, influencia também toda a forma de viver de uma geração; ela tem influenciado as bases da nossa sociedade. A cultura pornificada está presente no nosso dia a dia, e na nossa cosmovisão de mundo.

Portanto, a proposta deste trabalho é mostrar as influencias da pornografia em nosso mundo, fazendo uma leitura teo-referente dela e, por fim, apresentar uma proposta de aconselhamento para as pessoa diretamente envolvidas nela.

Para os adolescentes a pornografia torna-se um rito de passagem, é como se fosse, para muitos, um ingresso na vida adulta, é quando muitos têm acesso ao mundo da sexualidade, ao descobrimento do nú feminino. Para os homens que hoje estão na casa dos trinta, esse acesso se deu por meio de revistas “masculinas”, como playboy, sex, hustle, etc. Mas para os adolescentes contemporâneos, bem como aqueles que estão por volta dos vinte, isto se deu por meio da internet. A pornografia tem sido o meio de “instrução” sexual para muitos. Neste sentido Pamela Paul faz a seguinte afirmativa:

“A pornografia é, com frequência, a primeira instância sexual na qual os meninos aprendem sobre sexo e começam a compreender a própria sexualidade, as fantasias, as preferências e as predileções. Ali têm os seus desejos filtrados e moldados pelo que a pornografia vista lhes oferece. Adolescentes aprendem por intermédio da pornografia a direcionar os seus impulsos sexuais para o sexo oposto, a perceber a fonte dos próprios desejos e os meios de satisfazê-los – lições tradicionalmente suplementadas pela educação sexual, a orientação dos pais, as conversas entre amigos e experiência da vida real. (...) a lição pornográfica é direta: boa parte dela visa à mente do adolescente: simples, primordial, agitadora de hormônios, voltada para os resultados, enfim, um jogo que se pode vencer. A pornografia pinta o sexo como uma atividade fácil, pronta a proporcionar uma fuga bem-vinda às complicações da política sexual que os adolescentes enfrentam no mundo concreto”. (PAUL, 2006, pg. 23)

Portanto, muitos adolescentes que logo se tornam adultos, têm definido a sua vida sexual a partir da perspectiva da pornografia. A pornografia tem definido a maneira como encaram a sexualidade e até mesmo a maneira como irão estabelecer os seus relacionamentos. E, infelizmente, muitos homens concluem que o que acontece na pornografia acontece na vida real. A pornografia divulga conceitos distorcidos tais como: todas a mulheres querem sexo o tempo todo e a qualquer momento; ter muitas mulheres é melhor do que ter uma só, o que define o prazer sexual das mulheres é o que os homens desejam, ou seja, a pornografia trata-se de uma perspectiva masculina e dominadora da sexualidade.

Os homens, quando vêem pornografia, costumam fantasiar em torno do poder. Ela acaba funcionando como um escape de relacionamentos reais que muitas vezes deixam as pessoas inseguras e frustradas. Muitos homens se sentem aceitos e seguros quando têm acesso à pornografia, pois neste mundo eles mandam, têm as mulheres que querem e da maneira como querem. Neste mundo fantástico da pornografia os homens definitivamente mandam. Mas a pornografia também, “reforça” a virilidade masculina. Porque, conquistar mulheres de carne e osso tem exigido cada vez mais esforço, tempo e dinheiro. Mulheres de verdade têm TPM, irritam-se e nem sempre estão dispostas a fazer tudo o que os homens querem. Paul afirma:

“Na pornografia, elas exigem isso: a excitação e a gratificação é o que conta. O contraste entre as demandas da conquista sexual de mulheres reais e a gratificação imediata da pornografia é suficientemente sedutor para subjugar muitos homens pelo menos parte do tempo. (...) No mundo concreto, a mulher detém um poder: o de avaliar e rejeitar, bloqueando o desejo do homem e fazendo-o sentir-se inadequado, indesejado. O macho repelido, particularmente durante os anos de adolescência, quando mais apto está a descobrir a pornografia, vê-se sempre sujeito à humilhação e à frustração.” (Paul, 2006, pág.44)



Isto nos faz concluir que a pornografia oferece aos homens a opção de sexo sem risco, sem vulnerabilidade e sem mágoa, oferecendo um mundo mágico, onde os homens não deixam de ter ereção na hora certa, as mulheres sempre chegam ao orgasmo, não há obesidade, suor em excesso ou medo de perder o fôlego. Na pornografia o homem pode possuir a mulher de todas as maneiras que desejar, não há limites. Não há conversa na cama, não há necessidade de declarações de amor ou de se fazer o café da manhã ou mandar flores no dia seguinte; as pessoas não pegam doenças contagiosas, não têm que se casar ou marcar outros encontros.

Na pornografia as mulheres existem para agradar aos homens e por isso estão dispostas a tudo. A atriz pornô se acomoda ao que o homem quer ou deseja, priva-o do mau hálito, dos cabelos embaraçados. As mulheres da pornografia não discriminam. Não importa a aparência do homem, profissão ou reputação. Enfim, é um mundo de fantasia.

Mas apesar desta aparente beleza e perfeição, a pornografia tem afetado profundamento homens e mulheres e, principalmente, o relacionamento entre eles. As pessoas em geral já chegam ao casamento com o conceito de sexualidade profundamente afetado pela pornografia. Apesar do aparente discurso de que a pornografia existe apenas para entreter, há profundos maleficios para aqueles que são usuários dela.

Os grandes afetados pela pornografia são os homens. Pois ao verem pornografia buscam uma agradável sensação de alívio sexual.

“A adrenalina flui pelas veias. O cérebro libera dopaminas, serotonina e oxitocina – todas, poderosos neurotransmissores associados às sensações de prazer. A testosterona ferve. Há, ainda, a emoção da caçada, além do gosto voyeurístico de observar e fantasiar depois de descoberto o objeto pretendido.” (Paul, 2006, pág. 76)

Essas sensações todas promovem uma prisão de prazer, pois a pessoa se vê presa na fantasia, que não se alcança ao lado de uma mulher após desligar o computador. Desta forma, a pessoa precisa prosseguir. Sempre mais, o que pode levá-la a uma compulsão. O acesso à pornografia também faz com que o seu usuário passe a ter uma visão distorcida da realidade sexual. Segundo Paul:

“Um grupo de exposição maciça assegurou em média que 67% dos americanos praticavam sexo oral, contra os 34% sugeridos por aqueles que não haviam visto pornografia nas três semanas anteriores. A avalição do número de adultos que fazem sexo anal foi, por parte dos que ficaram à mercê de quantidades maciças de pornografia, duas vezes maior que a dos pesquisados não expostos à pornografia (29% contra 12%). Diga-se o mesmo de práticas sexuais menos comuns.” (Paul, 2006, pág. 78)

Pode-se perceber que o uso da pornografia afeta a maneira como se vê a sexualidade e até mesmo a definição de prazer sexual. Um homem que vê pornografia, imagina que a mulher mostrada o deseja. Isso ensina os homens a ver as mulheres como objetos e não a tratá-las como seres humanos, dando a impressão de que sexo e prazer estão completamente divorciados dos relacionamentos. A pornografia traz uma proposta de sexo autocentrado – algo que o homem faz por si mesmo e para si mesmo – usando as mulheres como recursos de prazer, como mais um produdo de consumo,e também, acentua a ênfase masculina no visual, tendo quem vista que o homem vê a mulher mas não interage com ela. A pornografia exalta o físico, trivilizando ou ignorando os demais aspectos da mulher. A mulher é literalmente reduzida às partes do seu corpo e ao seu comportamento sexual. A pornografia oferece pouco em termos de beijos, carícias iniciais, abraços, aconchegos, aspectos estes considerados “femininos”, mas que também são importantes para os homens. Portanto, não há intimidade ou confiança mútua.

Para a geração pornificada, o mundo real acaba se tornando tedioso, uma vez que no mundo pornificado as mulheres têm prazer no simples visualizar as genitais de um homem. Comparadas às atrizes pornôs, as mulheres de carne de osso parecem frígidas e desinteressadas.

Pr Carlos

Citações:
PAUL, Pamela. Pornificados: Como a Pornografia está transformando a nossa vida, nossos relacionamentos e as nossas famílias. Tradução: Gilson César Cardoso de Sousa – São Paulo: Cultrix, 2006.

domingo, 15 de novembro de 2009

RESENHA DO LIVRO VERDADE ABSOLUTA


SOBRE A AUTORA


NANCY RANDOLPH PEARCEY é perita em Francis Schaeffer e ensina no World Journalism Institute. Mestre em Ciências Humanas pelo Covenant Theological Seminary.Pós-graduada em filosofia no Institute for ChriV stian Studies (Toronto, Canadá). Atualmente, serve como estudiosa convidada no Torrey Honors Institute (Universidade Biola). É membro associado do Discovery Institute`s Center for Science and Culture.Autora de colaboradora de vários livros. Exemplos: O Cristão na Cultura de Hoje, E Agora como Viveremos?Vencedora do prêmio ECPA Gold Medallion.

A) ESTRUTURA DO LIVRO

O Livro é dividido em quatro grandes blocos. Conforme abaixo:

1 – O QUE HÁ NUMA COSMOVISÃO?

Nesta parte Nancy Pearce faz uma explanação sobre o que é uma cosmovisão e mais ainda a necessidade de lermos as cosmovisões existentes no mundo a partir de uma cosmovisão bíblica. A autora tem a preocupação de mostrar que o cristianismo não é uma cosmovisão restrita a uma área especializada de crença religiosa e devoção pessoal. Mas pelo contrário, ela deve dialogar com as cosmovisões seculares que incluem a ciência, política, economia e o restante do cenário público. Há um combate de uma visão dualista da vida onde o cristianismo é colocado dentro de uma gaveta e vivido ali.

2 – COMEÇANDO DO COMEÇO

É feita uma análise da cosmovisão darwinista que tem influenciado todas as áreas do conhecimento: a psicologia, a teologia, a genética, a filosofia etc. Nancy desconstrói esta linha de pensamento, mostrando a sua incoerência, inaplicabilidade e falta de objetividade. Fica claro que assim como as demais cosmovisões, o evolucionismo tem suas bases alicerçadas em crenças e que, neste aspecto, não é muito diferente do cristianismo.

3 – COMO PERDEMOS A MENTE CRISTÃ.

Nesta parte é feita uma análise histórica de como a cosmovisão cristã deixou de influenciar as demais áreas do conhecimento perdendo espaço para outras cosmovisões opostas a ela. Fica claro que esta perda se deu pela incompetência da igreja cristã em dialogar com os questionamentos que surgiram. Havendo desta forma duas reações ao surgimento de novas cosmovisões: a) A teologia tornou-se serva de outras áreas do conhecimento, passando a ser mais influenciada do que influenciadora; b) A igreja passou a viver uma fé compartimentada, e a religião deixou de ser considerada uma verdade objetiva à qual todos se submetem, passando a ser tratada como uma mera questão de gosto pessoal que se escolhe.

4 – E AGORA? VIVEMOS INTENSAMENTE.

Faz-se uma reflexão sobre o que é a verdadeira espiritualidade. O cristianismo oferece o melhor sistema cognitivo para explicar o mundo, e não se resume apenas a uma sistema. No entanto, o conhecimento desta verdade só se torna útil quando é aplicado na rotina diária das pessoas, desta forma a obra de Cristo na cruz deve ser aplicada nesta vida e não apenas na vida pós-morte. Portanto, não basta apenas ter uma cosmovisão cristã ela precisa ser aplicada no dia a dia, nas aulas da faculdade, no ambiente de trabalho, no diálogo com outras cosmovisões, na maneira de se produzir arte e inclusive na vida eclesiástica.

ASPECTOS QUE MAIS ME CHAMARAM A ATENÇÃO

Os cristãos são chamados para resgatar culturas inteiras e não só indivíduos, sinto a impaciência entre os evangélicos de ter mais que uma fé puramente privatizada, que aplique princípios bíblicos a área como trabalho, negócio e política (fé coletiva).

“O evangelho é como um leão enjaulado”, disse o grande pregador batista Charles Spurgeon. “Não precisamos defendê-lo, só precisamos deixar que saia da jaula”.

Uma novidade apresentada pelo livro é o fato de o chamado para a igreja ser para resgatar culturas inteiras e não apenas indivíduos. Quando se vive uma fé privatizada, corre-se um risco muito grande de não se aplicar os fundamentos bíblicos a áreas como trabalho, negócio, política, artes etc. Cada cristão tem um chamado de Deus para reformar a cultura que o cerca nos seus círculos sociais (famílias, igrejas, escolas, bairros, lugares de trabalho, organizações profissionais e instituições cívicas) e isto só vai acontecer se uma cosmovisão cristã puder ser desenvolvida. A igreja precisa criar a consciência de que é chamada não para fugir da cultura circundante, mas para envolvê-la.. Algo que chama muito a atenção no livro é fato de os jovens crentes, criados em lares cristãos irem para a faculdade e abandonarem a sua fé. E isto acontece porque não são ensinados a desenvolverem uma cosmovisão bíblica, não sabem dialogar com as demais cosmovisões e fazem o cristianismo algo restrito a uma área especializada da crença religiosa e da devoção pessoal, como resultado, ou negam a fé ou vivem um cristianismo de gaveta. A autora deixar claro que uma das formas de se superar este tipo de pensamento é superar a divisão entre “coração” e “cérebro”, rejeitar o pensamento dicotômico que faz a vida ter duas facetas: uma sagrada (limitada a coisas como adoração, moralidade pessoal) e outra secular (que inclui a ciência, política, economia e o restante do cenário público). É preciso entender que o cristianismo é uma verdade objetiva e não de mero gosto pessoal, que escolhemos. O cristianismo tem a verdade sobre o todo da realidade e uma perspectiva para interpretar todos os assuntos da vida. Desta forma, Nancy deixa claro que desenvolver uma cosmovisão cristã consiste, na verdade, em submeter o “eu” a Deus, em ato de devoção a serviço Dele. Portanto, mais do que ser cristão no trabalho é necessário desenvolver uma estrutura bíblica sobre o trabalho. Isto tudo acontece porque em geral, as igrejas enfatizam muito a justificação (como ter uma relação certa com Deus), mas pouco é dito sobre a santificação (como viver depois da conversão). Portanto, quando se fala de santificação significa que deve estar disposto a se submeter ao padrão de sofrimento que Ele modelou para a humanidade, é assim que começa o processo de desenvolvimento de uma cosmovisão cristã, em primeiro lugar desarraigando os ídolos de um padrão de pensamento, e segundo, criando uma cultura ao invés de criticar a cultura.

Pr. Carlos

Você encaminha pessoas para psicólogos ou psiquiatras?


Jamais faço tal encaminhamento, a não ser que o psicólogo ou o psiquiatra esteja comprometido com o aconselhamento bíblico, ou seja, nos casos em que o título profissional é apenas acidental. A maioria dos conselheiros bíblicos possuem títulos em psicologia, psiquiatria, neurologia, medicina, enfermagem ou serviço social, e não há problema nenhum nisto, pelo contrário, é até bom. São homens e mulheres que estudam teorias e métodos de aconselhamento seculares mas que fazem uma leitura deles por meio da teoria e prática bíblica. Na verdade não conheço nenhum psicólogo, psiquiatra, pedagogo, etc que tenha estudado aconselhamento bíblico, mas conheço muitos conselheiros bíblicos que fizeram cursos seculares. O treinamento de um médico psiquiatra poderia ajudar em determinar problemas neurológicos ou outros problemas físicos, psicólogos e psicopedagogos podem ajudar a testar a inteligência cognitiva ou relacional de uma pessoa. Mas, infelizmente, os psiquiatras e psicólogos, na maioria das vezes, assumem o papel de psicoterapeutas, e acabam aconselhando as pessoas de forma não bíblica. Hoje em dia, os psicólogos têm adquirido três tipos de autoridade: 1) o direito de interpretar o ser humano e seus problemas; 2) o direito de trabalhar com pessoas que estão passando por problemas; 3) o direito de tentar resolver os problemas das pessoas. A grande questão é que maioria dos psicólogos crêem que o problema fundamental da humanidade origina-se em alguma carência, vazio, necessidade não satisfeita, feridas ou traumas. Mas em contraste com isso, a Bíblia ensina que nosso problema fundamental origina-se nas intenções, nos desejos e pensamentos ativos do coração. Somos basicamente pecaminosos, ou simplesmente reagimos de forma pecaminosa diante do fracasso daqueles que primeiro nos socorreram, quanto a satisfação de nossas necessidades.




Pr. Carlos

Baseado no texto de David Powlison

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

É verdade que o fundamento do aconselhamento bíblico está arraigado no legalismo?


Legalismo é um termo que é com freqüência utilizado sem que se pense corretamente no que quer dizer. Na verdade, legalismo significa buscar a espiritualidade por meio do que alguém faz ou não faz. No legalismo, alguém estabelece um padrão externo de espiritualidade e então julga todos por esse padrão. Em geral, o indivíduo que estabeleceu o padrão o atinge. O apóstolo Paulo denunciou esta atividade em 2 Co 10.12, quando repreendeu aqueles “que se louvam a si mesmos...medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos...”. O Aconselhamento bíblico tem sido caricaturado por seus críticos como sendo legalista, e de fato, por parte de alguns, essa acusação procede. Mas o aconselhamento Bíblico não está arraigado no legalismo.Mas ele é restrito quanto à fonte de autoridade – a Bíblia – e não existe tolerância para a integração de conceitos psicológicos seculares ou práticas na área de aconselhamento. Mas o conselheiro bíblico não se coloca como padrão para a vida e piedade. Ao contrário, ele orienta as pessoas rumo às Escrituras para que possam enxergar Deus mais claramente e perceber que Ele forneceu a elas “toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1.3). O conselheiro bíblico é como Paulo, que admitiu: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo.” (Fp 3.13,14). O conselheiro bíblico também orienta o aconselhado na direção que Paulo tomou quando disse: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Chamar o aconselhamento bíblico de legalista é negar a verdade. O aconselhamento bíblico busca honrar a Deus em todas as coisas, caminhar com irmãos e irmãs em Cristo com admoestação, conselho e repreensão quando necessário, demonstrar aos não-cristãos que seus problemas são pálidos comparados à sua necessidade de salvação em Cristo, e declarar a todos o Deus onisciente, onipotente e onipresente que é o único capaz de salvar e capacitar a pessoa a servi-lo nesse mundo.




Dennis M. Swanson



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

COMO É QUE CONSELHEIRO BÍBLICO PODE CLASSIFICAR O VÍCIO DAS DROGAS E DO ÁLCOOL, COMO PECADO QUANDO A CIÊNCIA MÉDICA TEM COMPROVADO QUE SÃO DOENÇAS?


Bom, defender a idéia que o alcoolismo e o vício em outras drogas é um pecado e não uma doença, para muitos, inclusive pastores, tem sido uma tolice. Mas este conceito médico não tem tido muita fundamentação científica. As comunidade médicas e científicas ainda estão divididas no tocante a este assunto. Tudo começou quando a Suprema Corte dos Estados Unidos, em seu famoso caso Sundance, tomou partido a favor do modelo de doença, e desta forma, retirou a responsabilidade pessoal pela bebedeira e colocou em funcionamento programas de tratamento governamentais e privados, gerando uma verdadeira “indústria da recuperação”. Mas quando olhamos para as páginas das Escrituras, vemos que ela declara a bebedice como sendo um pecado (Gálatas 5.17-21; Éfesios 5.18; 1 Pe 4.3-5). A ingestão de drogas é uma escolha pessoal, completamente dentro do controle dos indivíduos. Postular o contrário é sugerir uma predisposição genética para o vício ou sugerir que à medida que o abuso da substância continua, uma pessoa perde gradualmente a capacidade de optar por não continuar nesse padrão de vida. A defesa que se afirma nestes pressupostos é, atualmente, a idéia mais popular, até mesmo no meio cristão. Mas neste modelo, as pessoas não têm opção são vítimas da constituição genética. Este modelo não é bíblico e não encontra unanimidade na comunidade médica. O outro modelo, que diz que uma pessoa perde gradualmente a capacidade de se afastar do abuso dessas substâncias, é simplesmente modificação do modelo de doença e, novamente, não conta com opinião unificada da comunidade médica. Mas de fato, quando uma pessoa acaba sob o controle de tal tipo de substância, romper com a escravidão não é fácil. Paulo nos alerta acerca disto em 1 Co 6.12. O único tratamento eficaz contra o abuso de substâncias começa no reconhecimento de que ele é pecaminoso, de que há necessidade de arrependimento, e então, parar de praticá-lo. Isso não é agradável, e nem fácil. Em casos extremos, como no vício em heroína, é necessária uma supervisão médica. Mas a maneira que a bíblica lida com esse pecado é clara: deve haver arrependimento e parar com a atividade pecaminosa.




Pr. Carlos

Baseado no texto de Dennis M. Swanson


terça-feira, 27 de outubro de 2009

QUAIS COMPROMISSOS TEOLÓGICOS SÃO ESSENCIAIS PARA O MÉTODO NOUTÉTICO DE ACONSELHAMENTO BÍBLICO?

Em geral, o conselheiro bíblico procura afirmar as doutrinas fundamentais da fé na tradição da Reforma Protestante. Há três compromissos doutrinários básicos para um conselheiro cristão: a doutrina da Autoridade e Suficiência das Escrituras, a soberania de Deus e a doutrina do pecado. Vamos explicá-las melhor:

1 – Autoridade e Suficiência das Escrituras: Essa verdade mais do que qualquer outra, distingue o aconselhamento bíblico. Ela entende que a Palavra de Deus, usada pelo Espírito de Deus, é suficiente para resolver todos os problemas espirituais, psicológicos e relacionais do cristão (2 Tm 3.16,17). Nenhum outro ramo de conhecimento deve ser integrado com a Bíblia – ela é única e fala com autoridade absoluta e final.


2 – A soberania de Deus: Todo problema de aconselhamento pode ser tratado a partir de um pensamento errado acerca do caráter e vontade de Deus (Is 55.8,9). Portanto, todos os pesares do coração, tragédias, provações, e sofrimentos devem ser colocados em um prumo de relacionamento correto com a pessoa gloriosa e majestosa de Deus. Já que só Ele é Deus, e não existe outro além dEle, todo tipo de dificuldade precisa ser relacionada com o plano soberano dEle (Rm 1.25).


3 – A doutrina do pecado: Só o método noutético trata com a devida seriedade a natureza radicalmente deficiente do homem. O dilema mais fundamental não é que as pessoas estão com dores, ou que carecem de auto-estima, ou que vêm de uma família disfuncional, ao contrário, o problema básico é que eles são pecadores caídos, são rebeldes (Rm 5.10) e idólatras (Rm 1.25).


Embora a abordagem noutética não seja integracionista, há uma diversidade teológica e denominacional entre os seus defensores. Por exemplo, há conselheiros dispensacionalistas, aliancistas, episcopais, presbiterianos, batistas, etc. O aconselhamento bíblico não é sectário e é interdenominacional. Mas as doutrinas acima apresentadas são o marco distintivo daqueles que se intitulam conselheiros bíblicos.


Pr. Carlos Mendes

Baseado no texto de Ken L. Sales

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

RESENHA DO LIVRO : Introdução do Aconselhamento Bíblico de John F. MacArthur Jr. e Wayne A. Mack


O livro nos apresenta uma visão integrada que leva em conta a pessoa, o problema pelo qual ela tem passado e a revelação de Deus em sua Palavra. Sendo assim, para os autores a revelação especial é a fonte primária de conhecimento e princípio hermenêutico da revelação na natureza e nas ciências sociais que estudam o comportamento humano e social. Quanto às ciências naturais o livro as leva em consideração e reconhece a sua importância e a razoabilidade de sua confiança, mas as Escrituras são sempre os óculos através dos quais todas as ciências são analisadas.Algo muito importante que o livro traz é a demonstração de que o aconselhamento bíblico não é uma especialidade separada do ministério pastoral e da comunhão cristã na igreja. Neste sentido, por exemplo, a pregação faz parte do aconselhamento na prontidão para responder a dúvida da congregação após a mensagem. Outra questão deixada bem clara pelos autores é que o aconselhamento bíblico não é tarefa exclusiva dos pastores, mas também de presbíteros e “leigos”. Mas o que mais me chamou a atenção foi a maneira como os autores vêem a psicologia, tendo em vista que muito se discute sobre a relação entre aconselhamento e psicologia, e confesso que esta sempre foi um área de tensão para mim pois não sabia como lidar com isso. Mas ao afirmarem que a psicologia deve ser considerada uma área de estudo do ser humano, e como tal, de caráter observatório, pude apaziguar as minhas dúvidas. Tendo em vista que o livro deixa bem claro que as observações feitas e as teorias propostas poderão ser tão corretas como erradas, e que deveriam ser apreciadas, como em todas as áreas do conhecimento, de modo crítico. Sendo assim, pude entender que a psicologia secular observa a realidade perceptível e coleta seus dados, mas os utiliza para fugir de Deus, para negá-lo e para adorar e servir a criatura em lugar do criador.Conforme afirma McArthur Jr “Não tenho qualquer dificuldade com aqueles que usam o bom senso ou as ciências sociais como plataformas úteis a um observador da conduta humana e desenvolvem meios para dar assistência a pessoas que precisam obter controle exterior do seu comportamento. Isso pode até ser um primeiro passo para se obter a verdadeira cura espiritual. Mas um conselheiro sábio, reconhece que todo tipo de terapia behaviorista permanece na superfície, fica aquém das verdadeiras soluções para as reais necessidades da alma, que são satisfeitas somente em Cristo.” (pg. 38). Mas apesar de ser reconhecida como uma fonte de observação do comportamento humano a psicologia jamais deverá ser colocada acima das Escrituras, pois no aconselhamento deve ser resguardada a soberania da fé cristã revelada na Bíblia como o elemento crítico da validade de qualquer forma de pensamento. A grande questão é que no pensamento secular a revelação bíblica não sequer considerada, mas para o conselheiro cristão ela é a fonte primária. Portanto, algo muito interessante apontado pelo livro são os problemas que as ciências sociais apresentam:
- A natureza humana é essencialmente boa.
As Escrituras afirmam que todos pecamos e carecemos da glória de Deus, e portanto, nascemos com uma natureza pecaminosa que nos faz mal por natureza.
- As pessoa encontram respostas para os seus problemas dentro de si mesmas.
As Escrituras afirmam que só encontramos respostas para os nossos problemas na graça de Deus, manifesta em Jesus Cristo.
- A chave para a compreensão e a correção das atitudes e ações de uma pessoa reside em algum ponto de seu passado.
O aconselhamento leva em conta as memórias de uma pessoa. No entanto, não entende que a solução para os problemas de uma pessoa está em algum lugar do seu passado, muito menos que os acontecimentos do passado determinam o que a pessoa é no presente. Segundo, o Rev. Wadislau “cremos que a coleção das memórias seja feita, imaginativa e seletivamente, depois da ocorrência de situações e de experiências que ratificam a habitação em crenças (fé); e cremos que o arrependimento bíblico é a base para a mudança do objeto da fé dos ídolos para Deus (mudança de habitação), e até mesmo para a reconfiguração das próprias memórias (imaginação) transformando o coração para um propósito novo e santo (operação).” (Gomes, pg. 129)
- Os problemas de uma pessoa são resultantes de algo que outra pessoa lhes fez.
A Palavra deixa claro que todos somos pecadores e que portanto o arrependimento torna-se necessário para que possamos experimentar a redenção de nossas vidas. É claro que o pecado de outras pessoas também nos prejudica, no entanto, não podemos transferir a culpa daquilo que fazemos para terceiros.
- Os problemas humanos podem se puramente psicológicos em sua natureza – não estão relacionados a qualquer condição espiritual ou física.
O problema humano é relacional (relacionamento com Deus e com o próximo quebrado).
- Os problemas profundos só podem ser resolvidos por conselheiros profissionais e por meio de terapia.
Como as bases das terapias são princípios seculares humanistas ela oferece uma solução para os problemas humanos à parte de Deus, no entanto, o pensamento reformado trabalha com o aconselhamento redentivo, pois parte da crença da depravação total do homem e procede de Deus para alcançar o homem, já uma abordagem terapêutica parte do homem em direção ao homem, sendo insufidicente para falar às necessidades humanas mais profundas.
- As Escrituras, a oração, e o Espírito Santo são fontes inadequadas e simplistas para a resolução de certos tipos de problemas.
Só a Bíblia é o instrumento confiável e legítimo para que se possa verdadeiramente conhecer a alma humana, e para redimir o coração, a mente e a vontade humana. Sendo os exercícios devocionais essenciais na aplicação de seus princípios.
Portanto, não existe uma rivalidade entre a Bíblia e a Psicologia, pois elas não estão no mesmo pé de igualdade. No entanto, a Psicologia mostra-se útil como uma ciência que estuda o comportamento humano, sendo que suas observações poderão ajudar o conselheiro, mas todas elas devem passar pelo crivo das Escrituras. Conforme afirma Wadislau M. Gomes “As diferentes psicologias presumem a cura do homem a partir de princípios seculares humanistas, das idéias de bondade completa do homem ou de sua maldade por definição, ou, ainda, de sua neutralidade moral e da circunstância natural do problema (psicológico, mental ou ambiental), oferecendo a possibilidade de solução de problemas à parte de Deus – seguindo um modelo médico do qual deriva a expressão “terapia”. A teologia reformada utiliza do termo “redenção” não apenas para fazer uso da linguagem teológica, mas, primordialmente, porque a crença na depravação total do homem (veja Gn 2-3; Rm 1-3) coloca o problema do homem no âmbito dos aspectos moral e pístico (relativo à fé).” (Gomes, Pg. 14)Portanto, o livro é de fato um excelente instrumento para conselheiros que querem aplicar os princípios bíblicos no aconselhamento de pessoas que lidam com diversos problemas em suas rotinas de vida, pois nos mostra a suficiência das Escrituras para todos os problemas que afetam a humanidade, deixando claro a origem comum de todos eles: o pecado. E desta forma, este mau jamais pode ser ignorado quando se trata de ajudar pessoas com problemas.
Pr. Carlos

Uma análise do integracionismo da Psicologia com a Bíblia. Deve o conselheiro cristão ser integracionista?

Vivemos na chamada era da informação, hoje em dia temos acesso instantâneo a todo tipo de informações e somos expostos todos os dias a uma quantidade assustadora de dados. E com essa enxurrada de informações torna-se cada vez mais difícil discernir o que é verdadeiro do que é falso.
No decorrer de sua história, muitas vezes a igreja cristã tem considerado as demais formas de pensamento não bíblicas como um obstáculo ao entendimento da verdade e não como uma ferramenta para o aprendizado. Paulo nos diz para termos cuidado para com as vãs filosofias “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição de homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.” (Cl 2.8) e muitas vezes esta passagem tem sido interpretada como um ataque a toda forma de pensamento não bíblica, mas se prestarmos mais atenção vamos ver que as palavras “vãs” e “sutilezas” qualificam filosofia, ou seja, a partir do texto podemos inferir que as diversas filosofias podem ser utilizadas tanto para construir quanto para destruir. Portanto, se por um lado não devemos integrar o pensamento cristão a outras formas de pensar, por outro, devemos interpretar todos os pensamentos à luz das Escrituras ao invés de simplesmente ignorá-los, e então usarmos aquilo que dentro da graça comum pode ajudar o homem a glorificar mais a Deus.
No entanto, o que se vê muito nos dias de hoje por parte de muitos cristãos é um absolvição passiva do que é apresentado pelas diversas formas de pensar. Há um completa rendição a pensamentos supostamente científicos, como se fossem uma outra revelação divina, absoluta e inquestionável. Solano Portela referindo-se à educação e à psicologia faz a seguinte afirmação:"Nesse sentido, estabelece-se uma dicotomia entre aquilo que a Palavra de Deus revela sobre a constituição moral e psicológica do homem e os estudos dedutivos das correntes contemporâneas psicológicas e pedagógicas. Na maioria das vezes todo o campo da psicologia educacional é estudado como se fosse uma área estanque e segregada do conhecimento humano, intocado e imune às proposições reveladas na Palavra de Deus". (PORTELA, 2004, p. 86)
Esse tipo de pensamento é o reflexo de uma doutrina diluída, estranha à Palavra de Deus, que se concentra na autonomia do homem e renegação da soberania de Deus, portanto, o pensamento Cristão ao elaborar uma síntese das doutrinas bíblicas com as doutrinas humanas renega as verdades absolutas das Escrituras e elabora uma forma de pensar como se as premissas do cristianismo não tivessem interferência no dia-a-dia de cada um, como se Deus não tivesse nada a dizer sobre as diversas formas de pensar elaboradas pelo homem, como se Ele não fosse o criador do mundo e de todo o universo, do homem e de sua mente. Portanto, a única forma de fugirmos da elaboração integracionista de pensamento é procurarmos na Palavra aquilo que ela objetivamente revela sobre o homem, sua formação, e intelecto.
Mas essa visão compartimentada em que o cristianismo tornou-se algo referente á vida privativa sem interagir com outras formas de pensar e sem influenciar a “mente do mundo” segundo Nancy Perce surgiu na própria igreja evangélica:"A ala populista do evangelismo contribuiu para a idéia de que a religião é uma experiência emocional particular (pavimento de cima), ao passo que a ala erudita reforçou a idéia de que o conhecimento público deve ser religiosamente neutro e autônomo (pavimento de baixo). Em vista disso, a religião foi retirada do reino público e inserida no reino particular. Lá poderia se desenvolver, como na realidade aconteceu. Mas seria mantido de modo cuidadoso em sua gaiola. Enquanto isso, as ideologias seculares tiraram proveito do espaço vazio e rapidamente preencheram o cenário público." (PEARCY, 2006, p. 359)
Sendo assim, a partir do século XIX a religião passou a cuidar exclusivamente das questões de cunho pessoal e familiar sendo que as dimensões públicas – política, sociedade, economia, cultura – ficaram autônomas sendo dominadas por ideologias não- cristãs. Portanto, gradativamente o cristianismo saiu do cenário público para ir dominando a esfera particular da vida das pessoas. Desta forma, se durante dois séculos o pensamento cristão tinha sido marcado pela ditocomia dos dois pavimentos, a partir do século XIX ela se tornou evidente nas instituições sociais, e os crentes passaram a transitar entre esses dois mundos. A igreja deixou de ser porta-voz da sociedade e passou a reger apenas os pensamentos referentes à vida privativa. A igreja deixou de dialogar com o mundo secular, pois absorveu a idéia de que a religião não faz parte da vida intelectual e de que o pensar acadêmico seria de caráter exclusivo da ciência. Sendo assim, os cristãos, em especial os norte-americanos, desistiram da idéia de que o cristianismo é a cosmovisão que interpreta e analisa todas as demais formas de pensar,ou seja, de que a bíblia é o óculos através dos quais devemos julgar todo o pensamento existente, portanto, como conseqüência disto temos a formulação de um pensamento integracionista ou como alguns preferem chamar sintético.
Neste sentido, a meu ver a psicologia foi a forma de pensamento secular mais assimilada pela igreja evangélica. Tendo em vista que os cristão, ao contrário do mundo, estão cada vez mais comprometidos com ela, e o que vemos é uma verdadeira legião de crentes viciados em psicoterapia. No tocante a isto, John MacArthur Jr. faz a seguinte afirmativa:"A psicologia e o cristianismo são antagônicos desde o princípio. As pressuposições de Freud são de fundamentação ateísta e cínica. Ele chamou a religião de “neurose universal e obcecada”. Para ele, a religião não passa de ilusão que derivou sua força do pensamento irracional e ilusório (que se desejaria fosse verdade) enraizado no instinto humano. Os primeiros seguidores de Freud foram uniformemente hostis à crença bíblica." (MacArthur, 2004, p. 15)
É claro que num primeiro momento a igreja ficou desconfiada dessas idéias, mas juntamente com outras hipóteses ateístas o freudianismo ganhou popularidade no século XX, e dentro da igreja evangélica prosperou uma versão desta forma de pensar: o liberalismo teológico, que negava a autoridade das Escrituras e questionava o sobrenatural, e este juntamente com o freudianismo, o darwinismo e o marxismo contribuíram fortemente para a secularização da sociedade. Desta forma, por volta de meados do século XX a psicologia passou a ser aceita pelo pensamento popular como ciência, apesar de suas hipóteses não poderem ser testadas, ou seus resultados comprovados, portanto, os psicólogos passaram a afirmar que tinham um conhecimento mais elevado e terapias mais eficazes que os tradicionais conselhos espirituais oferecidos por pastores, desta forma, gradativamente o aconselhamento foi transferido da igreja para as clínicas. E nos últimos anos surgiu o movimento chamado psicologia cristã, sobre este movimento John MacArthur Jr. faz as seguintes considerações:"Em anos recentes, entretanto, surgiu dentro da igreja um forte e bastante influente movimento que procura substituir o aconselhamento bíblico no corpo da igreja pela “psicologia cristã” – técnicas e sabedoria adquiridas a partir de terapias seculares e aplicadas por profissionais que recebem por seus serviços. Os que têm liderado esse movimento, via de regra, soam levemente bíblicos. Isto é, eles citam as Escrituras e misturam idéias teológicas aos ensinamentos de Freud, Rogers, Jung, ou qualquer escola da psicologia secular que, porventura, sigam. O movimento em si, entretanto, não está conduzindo a igreja a uma direção bíblica. Vem, sim, condicionando os cristãos a pensarem no aconselhamento como algo que deva ser reservado a especialistas bem treinados. Tem aberto a porta para uma variedade de teorias e terapias extra bíblicas. Na verdade, tem deixado muitos com o entendimento de que a Palavra de Deus é incompleta, insuficiente, obsoleta e incapaz de oferecer ajuda aos mais profundos problemas emocionais e espirituais das pessoas. Esse movimento tem impelido milhões de cristãos a buscarem ajuda espiritual longe de seus pastores e irmãos na fé, introduzindo-os nas clínicas psicológicas.(...) o plano dos doze passos por exemplo, pode ser mais útil que os meios espirituais que visam a afastar as pessoas de seus pecados. Resumindo, ele tem diminuído a confiança da igreja nas Escrituras, na oração, na comunhão, e pregação como meios por intermédio dos quais o Espírito de Deus opera para transformar vidas." (MacArthur, 2004, p. 22)
Partindo para o significado literal da palavra psicologia que significa “o estudo da alma” podemos afirmar que o verdadeiro estudo da alma não pode ser feito por incrédulos. Pois apenas os verdadeiros cristãos têm os recursos para lidar com os problemas da alma, refletidos nas Escrituras. Até Freud, o estudo da alma era considerado uma disciplina espiritual, ou seja estava ligada à religião. A partir de Freud o estudo da alma passou a ser feito a partir de uma cosmovisão secular, separando o estudo do homem da esfera espiritual dando abertura para que teorias ateístas, humanistas e racionalistas definissem o comportamento humano. As bases do pensamento psicológico são totalmente anti-bíblicas, ou seja, não têm a Bíblia e o temor a Deus como o pilar do seu pensamento.
Mas no contrapé do que a “psicologia cristã” tem afirmado, o integracionismo não gera a verdadeira mudança de caráter proposta pelas Escrituras, tendo em vista que desde a igreja primitiva o aconselhamento bíblico tem ocorrido na vida da igreja como um ministério. O Novo Testamento deixa isso claro em passagens como:“E, certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros.” (Rm 15.14)
“Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.” (1 Ts 4:18)
“pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo em que chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado.” (Hb 3.13)
“Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo.” (1 Ts 5:11)
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados.” (Tg 5:16)
“Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.” Rm 15.1
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais corrigi-o com espírito de brandura, e guarda-te para que não sejas também testado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.” Gl 6.1,2
“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente, em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.” (Cl 3:1)
“Toda e Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2 Tm 3.16,17)
Portanto, as Escrituras são suficientes para auxiliar e tratar qualquer pessoa e seus problemas referentes à alma. E os tradicionais exercícios devocionais são os “remédios” ideais para quaisquer problemas da alma humana, a santificação pessoal é o caminho vital para a vitalidade pessoal, procurar ser igual a Cristo nos leva à vitória sobre as dificuldades da vida, portanto, ao ajudarmos uma pessoa devemos como conselheiros cristãos utilizar os recursos profundos das Escrituras e do Espírito Santo, ao invés das técnicas psicológicas que apenas geram modificações superficiais no comportamento. Mas a meditação nas Escrituras e a oração – consideradas técnicas ultrapassadas e simplistas pelos psicólogos – são as ferramentas indicadas pela Palavra para superar os problemas da vida e são esses exercícios que devem ser incentivados pelos conselheiros cristãos. Isto não significa que a Psicologia como uma técnica de observação do comportamento humano não ofereça ajuda no entendimento de quem o homem é, neste sentido ela tem o seu valor, no entanto, como seus pressupostos são centrados no homem e não em Deus e como foi desenvolvida por incrédulos ela precisa ser peneirada, e a referência para esta análise é a objetividade das Escrituras, desta forma, a psicologia clínica é ineficaz para tratar com profundidade os problemas da alma humana.
Pr. Carlos Mendes

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O QUE O ACONSELHAMENTO BÍBLICO PODE OFERECER PARA NÃO-CRISTÃOS QUE VÊM SE ACONSELHAR?


Primeiro, o aconselhamento bíblico reconhece que crentes e não crentes não podem ser aconselhados da mesma forma. Não podemos usar as Escrituras para aconselhar um não-cristão que não está sujeito à sua autoridade. Sem dúvida, o aconselhado não pode e não reagirá à verdade se seus olhos espirituais cegos não forem abertos por Deus. Conforme Paulo diz: “ Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém” (1 Co 2.14,15). Portanto, para que uma pessoa mude, ela precisa ter submetida a sua vontade à vontade de Deus. A única mudança que pode ocorrer em um não-crente é superficial, e jamais transformará o coração. E isso é precisamente do que o aconselhamento bíblico trata – transformar o coração para responder adequadamente a Deus. O que o aconselhamento bíblico, então, pode oferecer ao não regenerado? Podemos comunicar a verdade de que nenhuma mudança significativa acontecerá sem que a pessoa abrace a Jesus Cristo como Salvador e Senhor. É a partir disso que a verdadeira mudança precisa começar. O aconselhamento bíblico pode oferecer o evangelho – a resposta à mais profunda necessidade humana. Essa é a base de qualquer aconselhamento com não-cristãos. Se a pessoa recusar reconhecer uma necessidade pela obra salvifica de Cristo, não existe outra forma de ajudar essa pessoa. S. Lance Quinn

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

POR QUE AS PESSOAS LIGADAS AO ACONSELHAMENTO SÃO TÃO CRÍTICAS E CONDENATÓRIAS PARA COM AQUELES QUE DEFENDEM PONTOS DE VISTA DIFERENTES?


Seria grosseiramente desleal caracterizar todo o movimento de aconselhamento bíblico como crítico e condenatório. Tendo lido boa parte da literatura do movimento, impressiona o raciocínio equilibrado, cuidadoso, proativo e bíblico empregado por homens como Jay Adams, Richard Ganz, Wayne Mack, David Powlison e outros. Entretanto, o erro que o movimento de aconselhamento bíblico procura tratar é extremamente sério, pois diz respeito à integridade e autoridade da Escritura. Muita coisa está em jogo. Os que têm compromisso com o aconselhamento bíblico entendem que diluir as Escrituras com a louca sabedoria do mundo (cf 1 Co 1.20;3,19) é ser privado do poder da benção de Deus no ministério de aconselhamento. Por acaso, é inerentemente injusto ou condenatório dizer que a visão de alguém é um erro? Não, se a pessoa possui autoridade bíblica para dizê-lo. Na realidade, permanecer quieto e permitir que o erro passe sem ser exposto ou corrigido é abdicar da função de ancião (Tt 1.9). O apóstolo Paulo chamou publicamente Pedro de hipócrita por comprometer princípios bíblicos (Gl 2.11-15). Pedro havia sido publicamente hipócrita; foi correto ele ser repreendido publicamente (1 Tm 5.20). Discordar das ou criticar as visões publicadas de alguém não constitui um ataque pessoal. Se a igreja não puder tolerar um diálogo polêmico entre visões opostas – especialmente líderes cristãos não puderem ser tidos como responsáveis quanto a ser ou não bíblicos seu ensinamento – então o erro terá livre curso.

John MacArthur, Jr

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Aconselhamento Bíblico nega a existência da doença mental ou emocional e a cura que se faz necessária nessas áreas?


O conceito de doença mental é uma teoria baseada em um modelo médico de doença. No modelo médico uma doença orgânica é a causa de vários sintomas no corpo. O corpo está doente porque algo externo o abalou. Por exemplo, uma pessoa fica gripada porque contraiu o vírus da gripe, ela não é culpada de sua doença, se ela deixar de ir ao trabalho por estar sem condições ela não pode ser responsabilizada. Essa mesma lógica é aplicada, hoje em dia, ao comportamento que é difícil de explicar. Quando uma pessoa tem um comportamento bizarro, não explicado por meio de exames de laboratório, criou-se a teoria de que ela está mentalmente enferma, e já que ela é doente, ela não é responsável por suas ações. A dificuldade dessa teoria é que ela não pode ser comprovada. Existem testes que mensuram o pensamento, mas esses não comprovam que a mente está doente, mesmo que o cérebro o esteja, mas a mente não é o cérebro. Tumores, doenças severas, infartos, etc podem danificar parte do cérebro e podem afetar a forma como a pessoa pensa e age, mas essas coisas não são doenças mentais, são doenças orgânicas que podem ser comprovadas em laboratório. Podem fazer com que o cérebro adoeça, mas não a mente. A psiquiatria utiliza rótulos de doença para descrever diferentes grupos de sintomas. Quando uma doença orgânica é encontrada, recebe um rótulo que descreve o problema no corpo. Por exemplo, por meio de exames médicos, pode se descobrir que uma pessoa com o diagnóstico de depressão tem uma tireóide hipoativa. Nesse caso, o diagnóstico é mudado de depressão para hipotireodismo. Se a doença mental tiver base orgânica, o termo doença mental deve ser substituído pelo nome da doença física no corpo. Alguns afirmam que a melhora no comportamento das pessoas é justificada por meio do uso de remédios. No entanto, esta lógica não é científica. Dois eventos simultâneos não significam automaticamente que um foi a causa do outro. Embora a maioria das pessoas em nossa sociedade aceite a teoria da doença mental como fato, isso ainda não a torna fato. Esse é um raciocínio filosófico, não científico. A filosofia da existência de doenças mentais nega o que a Bíblia ensina, pois a Bíblia fala que cada homem é responsável por suas ações. Quando os problemas das pessoas não são tratados biblicamente, os resultados são pensamentos confusos e sentimentos ruins. Aqueles que rotulam o comportamento como doença, levam os seus portadores a crerem que jamais serão curados, removendo a sua esperança e a vitória disponíveis por meio da aplicação de princípios bíblicos. O conselheiro bíblico pode oferecer algo superior à cura – pode oferecer vitória em meio às circunstâncias difíceis, em vez de sentimentos melhorados ou tentativas de mudar as circunstâncias. Isto é bíblico e muito superior a uma cura que não pode ser definida ou mensurada.


Pr Carlos
Adaptado do texto de Robert Smith, Dr.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

COMO É QUE A GRAÇA DE DEUS E O EVANGELHO SE HARMONIZAM NO ACONSELHAMENTO BÍBLICO


A Bíblia fala da graça de Deus nas boas novas de Jesus Cristo. O tema central da Bíblia é Jesus Cristo, o Salvador e Senhor; portanto, o aconselhamento bíblico diz respeito a Jesus Cristo como o Salvador e Senhor. Jesus abriu a mente dos seus discípulos para compreender as Escrituras, Ele falou de arrependimento, de perdão dos pecados, e a respeito de fazer discípulos. A proposta da Bíblia é tornar pecadores em filhos do Pai, sendo assim, o aconselhamento diz respeito a tornar pecadores em filhos do Pai. Desta forma, há uma mensagem graciosa no aconselhamento bíblico. O conselheiro bíblico demonstra uma franqueza amorosa, humildade, dependência em oração, sabedoria, gentileza, ousadia, bondade, persistência, coragem, autoridade, flexibilidade, auto-sacrifício e paciência. O aconselhamento bíblico procura aparelhar os conselheiros a ministrarem todo o conselho de Deus. O evangelho é o material fundamental do conselheiro. Cada parte do aconselhamento bíblico é composta de evangelho e graça; desde a compreensão das pessoas e de seus problemas até o modo de resolvê-los. Mas alguns acham que o conselheiro bíblico simplesmente diz: “Eis como aceitar o evangelho e a graça perdoadora de Deus de forma que você vá para o céu. Agora, até lá, faça isso. Não faça aquilo. Aprume-se. Apenas diga não. Seja uma pessoa boa.” Esta moralização é antibíblica. A Bíblia não acrescenta o poder da vontade e do esforço próprio à graça. O evangelho e a graça de Deus não dizem respeito apenas ao perdão pela culpa do pecado, mas tratam do poder de Deus para transformar progressivamente os crentes, durante a vida inteira. O Espírito Santo objetiva mudar os crentes nos detalhes práticos da vida. A auto-revelação de Deus torna-se o ambiente no qual vivemos; as promessas de Deus se tornam o alimento que nos sustenta; os mandamentos de Deus se tornam a vida que passamos a viver. O conselheiro bíblico visa sim à obediência prática, e muitos acham que esta ênfase na obediência significa contradizer a graça do evangelho. Mas a graça é graça eficaz. Não é correto ser perdoado do adultério e continuar sendo adúltero. Não traz honra ao evangelho a ansiedade ser perdoada, e a pessoa continuar sendo incrédula. Não é cristão uma pessoa egoísta ser perdoada e ela continuar sem levar em conta os interesses dos outros. Deus quer fazer discípulos por meio da graça do evangelho, mas este discípulo tem que ter mudanças práticas em sua vida. Um grande problema que temos é que muitos conselheiros bíblicos não são realmente bíblicos. Muitos são deficientes no conhecimento das Escrituras. Precisam estudar. Pedir a Deus que revele as suas carências, se arrepender da sua insensatez; pedir a Deus que conceda sabedoria, aprender humildemente de conselheiros bíblicos mais maduros.

Pr. Carlos
Adaptado do texto de David Powlison

terça-feira, 25 de agosto de 2009

ACONSELHAMENTO E DISCIPULADO


O ACONSELHAMENTO BÍBLICO É REALMENTE NECESSÁRIO? O DISCIPULADO NÃO É SUFICIENTE?

Bom, para responder a esta pergunta precisamos entender, primeiro, o que é discipulado. Discipulado é um processo no qual um cristão mais maduro passa as verdades da Palavra de Deus à outro cristão. O discipulado leva tempo. Talvez seja necessário o investimento de anos de ensino, treinamento, encorajamento, e repreeensão. O alvo, neste processo, é ajudar o discipulo a crescer rumo à maturidade em Cristo, e andar de forma coerente com a Palavra de Deus. Já o Aconselhamento Bíblico é uma parte do discipulado. Não é uma coisa distinta. Muito do que se faz no discipulado pode ser aplicado ao aconselhamento. Mas no aconselhamento, o processo de discipulado progrediu, e então problemas mais específicos passam a ser tratados. Em geral, no aconselhamento o aconselhado é ajudado no sentido de vencer hábitos arraigados em sua vida. Normalmente, estes problemas são tratados durante um período específico, que é menor do que o período do discupulado. Não é necessário aconselhar uma pessoa por vários anos. Crentes, realmente salvos, precisam, em geral, de poucas semanas para entender os princípios bíblicos necessários para mudar seu pensamento com relação ao assunto e, por conseguinte, mudar seu comportamento ou reações às circunstâncias. O que quero dizer é que o aconselhamento pode fazer parte do discipulado, pois durante este processo, podem ser revelados problemas específicos. Por consequência, por vezes, o discipulado necessita de aconselhamento, e o aconselhamento, por vezes, funciona como uma forma concentrado de discipulado.

Pr. Carlos
Adaptado do texto de Carey Hardy

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Já que a Bíblia não é um livro-texto de psicologia, será que não precisamos suplementá-la com outras disciplinas para entender as pessoas?


É fato que a ciência tem mostrado verdades que vão além das Escrituras. A medicina é um exemplo disto, pois trata-se de um conhecimento extrabíblico. As mais variadas vacinas têm salvado vítimas e erradicado doenças. Se nos limitassemos aos remédios demonstrados nas Escrituras várias doenças não seriam tratadas e curadas. Não é uma preocupação bíblica trazer informação sobre a medicina, a física ou química. No entanto, quando se trata da psicologia ela difere-se das demais ciencias em duas questões importantes:

1 – A psicologia não é uma ciência: ela não lida com dados objetivos, mensuráveis que podem ser entregues para testes confiáveis e confirmados pelo método científico.

2 – A psicologia difere da ciência por tratar de questões que são fundamentalmente espirituais das quais o evangelho se oculpa.

Todas as chamadas necessidades psicológicas que não atribuiveis a causas físicas são, na realidade, problemas espirituais, e as Escrituras de fato alegam ser o único guia suficiente para lidar com problemas espirituais. Procurar acrescentar teoria psicológica ao testemunho infalível da Palavra de Deus é adulterar a verdade de Deus com a opinião humana.

Pr. Carlos
Adaptado do texto de Jonh MacArthur Jr.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Aconselhamento Bíblico não é simplista demais?


Se quando se fala de simplista refere-se à sofisticação da Psicologia ou da Psiquiatria, com seus termos e métodos complexos, então, sim, ele é mais simples. Mas isso não significa que ele é simplista. Uma linguagem simples não significa, necessariamente, um pensamento simples, e da mesma forma uma linguagem complexa não indica profundidade de pensamento. O aconselhamento biblico, na sua essência, é simples porque procura respostas para os problemas do pecado nas Escrituras, tendo em vista que em nenhum outro lugar há remédio, para uma cura tão urgentemente necessária. Mas isso não significa que o conselheiro bíblico encara as dificuldades da vida como sendo pequenas, elas de fato são enormes – mas não são impossíveis de se entender e capazes de impulsionar o crescimento. A Palavra de Deus possui as verdades simples e ao mesmo tempo profundas que transformam as pessoas em verdadeiras imagens de Jesus Cristo. Aqueles que assim entendem e crêem na suficiência das Escrituras, terão este fundamento como padrão. Pedro nos diz: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo (por intermédio das Escrituras) daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” 2 Pe 1.3. O aconselhamento bíblico fornece a única base segura e superior para ajudar pessoas, e por isso, não pode ser chamado de simplista. Chamar o aconselhamento bíblico de simplista é dizer que o próprio Deus tem um caráter simplista. Muito pelo contrário, o conselheiro bíblico é aquele que vai até as profundezas da alma de uma pessoa – em todos os sentidos. Somente o homem que possui as ferramentas de Deus (Sua Palavra e Espírito), pode ir até as profundezas do coração humano. O fato de o Conselheiro Bíblico estar mais comprometido com Deus e com as Escrituras, mais do que com o aconselhado já é uma base segura para a resolução de problemas.

Pr. Carlos

sábado, 18 de julho de 2009

Será que as disciplinas seculares não têm nada a oferecer ao Aconselhamento Bíblico?


A princípio “não”, pois as Escrituras fornecem o sistema para o Aconselhamento Bíblico. As disciplinas seculares – história, antropologia, literatura, sociologia, psicologia, biologia, economia, ciências políticas, etc – podem ser úteis de forma secundária para o conselheiro bíblico, mas elas não fornecem um sistema de compreensão e aconselhamento às pessoas. Como elas podem ser úteis? Quando elas descrevem pessoas; nos desafiam pela maneira como buscam explicar; orientar e mudar pessoas; no entanto, elas não são suficientes pois procuram explicar o homem sem considerar Deus e o relacionamento do homem com Ele. Isso não significa que incrédulos não possam ser brilhantes na observação do homem. Eles geralmente são críticos e teóricos hábeis, mas ao não reconhecerem Deus como criador de todas as coisas acabam se desviando do ângulo certo. Portanto, as disciplinas seculares não devem exercer qualquer função no aconselhamento bíblico. Mas, reinterpretadas radicalmente, elas podem ter um papel ilustrativo, fornecendo exemplos e detalhes que ilustram o modelo bíblico e acrescentam algo ao nosso conhecimento. Elas também podem exercer uma função provocativa, nos desafiando a desenvolver nosso modelo em áreas que ainda não pensamos ou que temos negligenciado ou construído de forma errada. Neste sentido, Jay Adams afirma que a Psicologia, por exemplo, pode ser útil de duas formas: a) para o propósito de ilustrar, de preencher com dados específicos as generalizações; b) para contestar as errôneas interpretações humanas das Escrituras, forçando assim o estudioso a reestudar a Bíblia. Deus é o perito quando se trata de pessoas, e Ele falou e agiu para nos mudar e habilitarmos outros a mudar. Os articuladores seculares têm uma perspectiva distorcida e um olhar apressado que só pode ser útil para o conselheiro bíblico quando for radicalmente reinterpretado de acordo com a metodologia de aconselhamento revelada na Escrituras.

Pr Carlos

segunda-feira, 22 de junho de 2009

POR QUE SOU UM CONSELHEIRO BÍBLICO?


Como é de conhecimento de nossa comunidade, estou estudando com mais profundidade sobre o Aconselhamento Bíblico, e desde que comecei estes estudos minha perspectiva a respeito da igreja e do pastoreio tem mudado. Hoje, gostaria de falar um pouco sobre o Aconselhamento Bíblico, pois à primeira vista parece que o conselheiro bíblico e o psicoterapeuta cristão fazem a mesma coisa. Um e outro conversam, se preocupam e conhecem as pessoas; ambos estão interessados nas motivações, e no comportamento, ambos exploram as várias pressões existentes na situação enfrentada por uma pessoa; ambos dão retorno das informações; quem sabe ambos falem sobre Jesus ou sobre uma passagem nas Escrituras. Mas, qual é a diferença? David Powlison afirma que há basicamente cinco marcas que os diferenciam:

1- A perspectiva da Bíblia e sua contribuição para o conselhamento.

Para os psicólogos cristãos a Bíblia é um recurso de inspiração, mas o seu aconselhamento é baseado nas teorias seculares da psicologia. Já os conselheiros bíblicos seguem a visão que a Bíblia tem de si mesma, como fonte de uma abordagem exaustiva e detalhada pare se compreender e aconselhar pessoas ( 2 Tm 3.15-17, 2 Pe 1.4).

2 – Perspectiva de Deus.

Existem vários aspectos da pessoa de Deus que os psicólogos ignoram em suas rotinas terapêuticas, como Sua soberania, santidade, justiça, bondade, autoridade e poder, estes aspectos são raramente mencionados. Em geral, o amor paternal de Deus é o grande tema das psicoterapias cristãs, sendo apresentado como um grande terapeuta celestial. O aconselhamento bíblico segue a Bíblia e mostra um Deus vivo e verdadeiro, cujo amor trata o pecado e produz obediência.

3 – Perspectiva da natureza e motivação humana.

Os psicólogos cristãos esboçam uma vertente da teoria das necessidades. Necessidade de auto-estima, de amor e aceitação e de significado são as preferidas. Acreditam que se essas necessidades forem satisfeitas a pessoa será feliz. O Aconselhamento Bíblico ensina que as motivações que vêm do coração são pecaminosas, mas que Deus muda os nossos desejos e que a motivação correta está depositada no anseio por Deus e por uma vida piedosa.

4 – Perspectiva do Evangelho.

Para a maioria dos psicólogos cristãos Jesus Cristo é aquele que satisfaz as necessidades psíquicas interiores e cura as feridas emocionais. O amor de Deus na cruz mostra o quão as pessoas são valiosas e trabalha isso para que a sua auto-estima cresça. Mas a Bíblia diz que Jesus Cristo é o cordeiro crucificado na cruz no lugar do pecador. O amor de Deus, derruba a auto-estima, mas produz uma grande estima pelo filho de Deus que morreu por nós.

5 – Perspectiva do Aconselhamento.

Para os psicólogos cristãos o aconselhamento é atividade profissional sem qualquer conexão com a Igreja de Jesus Cristo. O conselheiro enxerga o aconselhamento como uma atividade pastoral. Ele visa a santificação e comunica o conteúdo das Escrituras. Portanto, o aconselhamento deve estar integrado à estrutura de uma igreja como adoração, pregação, supervisão pastoral, uso dos dons, disciplina e outros aspectos da vida do corpo de Cristo.

Pr. Carlos

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A última onda


Hoje em dia, vivemos uma série de ondas que trazem teorias a respeito da economia, de como administrar uma empresa e até mesmo de como educar filhos. Mas a grande questão é que estas teorias vêm e vão, e como as ondas deixam uma grande ressaca. Com relação ao aconselhamento cristão não tem sido muito diferente. Tivemos a época em que Freud era a sumidade na área de entendimento das pessoas. Depois veio Rogers, que se tornou mais importante do que Freud. Depois de Rogers veio Skinner; e mais tarde Skinner saiu de cena. E desde então, uma avalanche de pensamentos se sucederam. Tivemos então a ênfase na auto-estima. Hoje em dia, no Brasil, esta ênfase permeia cada aspecto do nosso sistema educacional e governamental. As pessoas estão sempre preocupadas em levantar a auto-estima umas da outras, parece que isto se tornou a questão mais importante dos relacionamentos. No entanto, esta ênfase, da maneira como tem sido apresentada, ignora a nossa natureza pecaminosa e que fora de Cristo não tem como haver um autoconhecimento ou um amor próprio legítimos, ou seja, o amor por mim mesmo é derivado do amor que tenho por Deus, não há possibilidade de eu me amar devidamente se eu não tenho entendimento e vivência do amor por Deus. Isso nos mostra, que tanto as pessoas que promovem uma onda após outra quanto as que se deixam levar por elas não têm interpretado devidamente as Escrituras. Não têm sabido extrair das Escrituras o que Deus depositou ali. Lêem muitos livros sobre como ajudar as pessoas, enquanto seu entendimento das Escrituras permanece superficial.

Pr. Carlos