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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

PALESTRA III - ANTROPOLOGIA BÍBLICA

Palestra proferida por David Servey - Diretor de Missões da Faith Baptist Church em Lafayette, Indiana, USA. Serve também como diácono e conselheiro bíblico na mesma igreja. O irmão David está trabalhando na sua tese de doutorado pela Escola de Divindade Evangélica sediada pela Igreja Batista de Chicago.

Para entendermos bem o homem precisamos de um entendimento bíblico da antropologia/ doutrina do homem. Um entendimento fundamental que é necessário ter é que Deus criou o homem com o propósito de ser o representante visível do Deus invisível na terra. Sendo assim, misturar antropologia bíblica com antropologia secular produz maus resultados e má compreensão de quem o homem é, por isso, bons conselheiros precisam de um conhecimento bíblico de quem o homem é e também do pecado. Além disto, é necessário também um entendimento bíblico do que constitui a vida humana normal, e assim rejeitar os métodos seculares de definir o comportamento humano normal. Quem é o homem?

1 - O homem é um ser criado (Gn 1-2).

1.1 - O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, portanto, ele é diferente dos animais (hoje é comum se referir aos seres humanos como animais). Como imagem e semelhança de Deus o homem tem domínio sobre toda a criação (Gn 1.26,28). Mas o homem também foi criado com um propósito que é ser representante visível do Deus invisível na terra  (Gn 1.26) e por isso deve glorificar a Deus em tudo o que fizer (1 Co 10.31).

1.2 - O homem foi criado um ser material, isso significa que o homem foi criado de uma forma que pode ser observado pelos sentidos, e que ele é sustentado pelo mundo material.  Portanto, a matéria não é má em si mesma pois tudo o que foi criado (incluindo a matéria) foi criado muito bom (Gn 1.31). Não podemos nos esquecer, também, que Cristo habitou em um corpo material (Cl 1.19; 2.9). Desde que o homem foi criado um ser material e desde que parte material do homem era boa, várias coisas são verdadeiras: 1) A morte separa o material e espiritual (único evento que pode provocar isso), 2) A morte é um estado não natural para o homem, 3) A ressurreição é o único evento que pode vencer a morte. Por isso, podemos chegar a algumas conclusões no referente ao corpo: 1) O corpo não pode ser punido, nem humilhado, 2) O corpo não justifica os nossos pecados, 3) O corpo não é a parte mais importante da vida, 3) Não seriamos mais santos se não tivéssemos corpo, 4) O nosso corpo também foi afetado pelo pecado, mas apesar disso, ele não justifica os nossos pecados. 5) Devemos exercer uma boa mordomia do corpo respeitando-o e controlando-o,e dessa forma glorificar a Deus por meio do nosso corpo.

1.3 - O homem foi criado espiritual, entender isso é essencial para a vida humana, pois isso nos distingue dos animais. Portanto, o homem é composto da união de duas partes, sendo que da parte imaterial o coração é o seu centro (que também é chamado nas escrituras de alma, espírito, mente, força, homem interior).

O entendimento disto traz grandes implicações para o aconselhamento, pois os conselheiros não podem se esquecer que no aconselhamento lidamos com o homem como um todo (parte material e imaterial).


2 - O homem é uma criatura caída.

Como criatura caída ele procura dar sentido a vida sem Deus, pois devido ao pecado, a imagem de Deus foi completamente desfigurada, por isso, é impossível para o homem caído conhecer ou agradar a Deus. Como criatura caía o homem busca colocar o foco em si mesmo, e não em Deus. Mas a queda gerou também efeitos nos relacionamentos, seus relacionamentos estão corrompidos e também defeituosos.

3 - O homem é uma criatura redimível.

Por isso, mesmos que ele não saiba o homem tem uma necessidade de conhecer a Deus, e perseguir os seus propósitos. Em Cristo tanto o homem interior (pensamentos, sentimento, desejos, crenças) quanto o homem exterior (comportamentos pecaminosos podem ser mudados, e então ele pode crescer no seu amor para com Deus e para com o próximo.




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