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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ACONSELHANDO EM CASOS DE ABUSOS

Resumo da palestra proferida pelo Pr. Bill More na conferência da ABCB em 01/08/12

O que é abuso?

É o tratamento impróprio dirigido à outra pessoa quando se utiliza poderes naturais, privilégios ou vantagens. O abuso pode ser físico, sexual ou emocional. Ele se dá principalmente contra crianças ou contra o cônjuge.
No que se refere ao abuso infantil é preciso ficar claro que há uma diferença entre abuso e disciplina legítima, pois, hoje em dia, as duas coisas tem sido confundidas. Para que um  pai saiba que não está cometendo abuso físico ele precisa ficar atento a algumas recomendações bíblicas: 1) A bíblia autoriza a correção com castigo físico (chamada de vara), como parte da educação de filhos (Pv 22.15; 13.24; 23.13-14; 29.15). 2) A Bíblia não autoriza a vingança pessoal, portanto, os pais nunca devem bater nos filhos porque querem se vingar de algo que fizeram, a proposta da vara é educativa, não punitiva (Rm 12.19). 3) A disciplina deve ser feita em amor. 4) A disciplina jamais deve ser aplicada quando os pais estão irados.
E com relação ao cônjuge? A Bíblia não autoriza o uso do castigo físico para correção do cônjuge, e se isso acontecer não há nenhuma problema em o cônjuge denunciara o abuso físico às autoridades constituídas.

Como aconselhar aquele que foi abusado?

É necessário ter certeza de que a pessoa está falando a verdade, pois algumas pessoas usam de falsas acusações para se vingarem, criando até mesmo falsas memórias. Alguns sentimentos como falsa culpas (a vítimas se considera culpada por ter sido abusada), medo, visão errada de submissão e confusão mental são comuns a pessoas que foram ou estão sendo abusadas. Para isso é necessário nas primeiras sessões de aconselhamento uma extensivo coleta de dados. Depois de ser estabelecido um diagnóstico mais preciso o conselheiro deve tomar os seguintes passos:

Em primeiro lugar, ajude a vítima do abuso a lidar biblicamente como o que aconteceu com ela.  Ela precisa encarar honestamente os seus próprios pecados (algumas vítimas de abuso tendem a justificar seus pecados com base no que aconteceu a ela), e também encarar honestamente o pecado do outro contra ela. Em segundo lugar, dê esperança mostrando que a vítima do abuso pode superar o que aconteceu pela graça de Deus. Para isso é necessário apresentar uma perspectiva bíblica do sofrimento e que Deus é soberano no sofrimento. Deus permite o sofrimento para nos trazer libertação de outros, para construir nosso caráter, para nos equipar a confortar outros, para mostrar a obra Dele, para nos ajuda a valorizar a esperança que temos em Cristo. Em terceiro lugar, é preciso que a vítima perdoe o seu agressor. Sim ela deve buscar perdoar, mas isso não significa que ela não possa denunciá-lo às autoridades, mas sim que ela não guardará mais amargura, ódio e desejos de vingança em seu coração. Em quarto lugar, ajude a vítima de abuso a vencer pecados comuns a pessoas que passaram por essa experiência. Em geral, vítima de abuso tendem a cair em alguns pecados como raiva, reprodução do mesmo pecado (ela se torna um abusador), amargura, ira contra Deus, medo, ansiedade, autopiedade, justiça própria. Alguns ídolos também se alojam no coração de vítimas de abuso como desejo de segurança, controle, temor dos homens, auto-indulgência.


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