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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A CURA DAS ALMAS E A PSICOLOGIA MODERNA – PARTE II

A Revolução


Uma revolução ocorreu nos últimos cinquenta anos, uma revolução no aconselhamento. Os cristãos evangélicos começaram a aconselhar, a escrever a respeito de aconselhamento e a ensinar conselheiros. Começaram a escrever best sellers e a fundar programas dinâmicos e centros de aconselhamento. Todos concordavam que o problema sério precisava de um conserto sério: confusão, sofrimento, pessoas instáveis precisavam de algo mais do que um versículo bíblico e uma oração. Mas, como em muitas revoluções aqueles que concordavam de todo coração com necessidade de mudança discordavam a respeito do como essa mudança deveria ser exercida. E essa revolução apresentou duas grandes vertentes.
Um grupo seguiu os passos de Clyde Narramore e do Fuller Seminary Graduate School of Psychology.  Esse subgrupo dentro do movimento tinha a seguinte característica: o aconselhamento sábio deveria integrar a fé cristã com as teorias da psicologia, os métodos terapêuticos e o viés profissional da psicologia moderna. Seria um movimento de Psicologia Cristã. Portanto, para os adeptos deste movimento as coisas boas da Psicologia deveriam ser usadas no aconselhamento realizado na igreja.
Um outro grupo seguiu os passos de Jay Adams e do Christian Counseling and Educational Foundation (CCEF) ligado ao seminário de Westminster. Esse grupo tinha a seguinte característica: o aconselhamento sábio faz uma distinção entre a teologia pastoral dos paradigmas culturais expressados na Psicologia. O movimento de Aconselhamento Bíblico entende que o aconselhamento a ser aplicado na igreja provém apenas das Escrituras.
Em um primeiro momento de discussões acaloradas a serenidade foi praticamente impossível, até mesmo indesejada. Como uma pessoa reflexiva poderia ser manter indiferente quando as questões em jogo eram tão importantes? O bem estar, o autoconhecimento, e o verdadeiro ensino de pessoas pertencentes a Deus, tanto do ponto de vista comunitário quanto individual eram as questões em jogo. A nossa capacidade de amar e de nos dirigir àqueles que não estavam em Cristo era a questão em jogo. A glória de Deus na cultura da terapia era a questão em jogo. Como poderíamos saber e fazer o que era necessário para promover a cura de almas?
Esse artigo não é imparcial. Minhas convicções e comprometimentos ficarão claros. Eu acredito que a igreja precisa de um aconselhamento bíblico sistemático. Mas eu não sou ufanista. Mas estou interessado na continuidade do trabalho e nas demais realizações a serem feitas neste campo no caminho certo. Eu não sou faccioso. Eu sou sutilmente empático às preocupações e intenções que estimulam aqueles dos quais eu discordo.  Ninguém no corpo de Cristo terá sucesso enquanto todos nós não tivermos. E sucesso não é apenas uma questão de mostrar a verdade de um modelo sistematizado. Verdade, amor, habilidade, e estrutura institucional devem todos crescer na mesma estatura. Esse é o chamado de Deus para os seus filhos em Efésios 4.

Adaptação do original Cure of Souls (and the modern Psçychoterapies) de David Powlison.
Texto completo disponível em http://www.ccef.org/cure-souls-and-modern-psychotherapies
Pr. Carlos

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