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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CURA DAS ALMAS E A PSICOLOGIA MODERNA – PARTE I


Nós vivemos em uma época de grandes mudanças. Até 1955 os protestantes não tinham um modelo de aconselhamento. Não havia um programa de aconselhamento para treinar pastores ou outros cristãos no trabalho de cura das almas. Não havia livros cristãos sobre aconselhamento, sobre os problemas humanos e sobre o processo de mudança. Nem os evangélicos fundamentalistas, nem pentecostais, ou líderes reformados tinham habilidades para ajudar pessoas com problemas. A teologia prática consistia na pregação, missões, educação cristã, evangelismo, atividades litúrgicas, liderança eclesiástica e administração. Todas coisas muito boas! Programas de disciplina ensinavam doutrina, moralidade, e atividades devocionais. Todas coisas muito boas! Mas onde estava o conhecimento da compreensão da dinâmica do coração do homem? Quão rico era a capacidade do homem de se autoanalisar? Quão bem a igreja era capaz de analisar as questões que destroem ou edificam relacionamentos? Como se dá o processo de santificação? O que sustenta pecadores convertidos e sofredores? A teologia sistemática não analisa o cuidado com as almas que são exprimidas pelo sofrimentos e a necessidade que elas têm de serem curadas e transformadas. A partir de 1955 as igrejas que acreditavam na Palavra de Deus começaram a ter algo a dizer sobre aconselhamento.  O ultimo trabalho significativo que se teve sobre aconselhamento precedeu a Guerra Civil. Sem uma teologia desenvolvida a respeito do processo de mudança por meio do aconselhamento – sem instituições que ensinassem isso, sem livros, e sem uma prática de aconselhamento na igreja – os recursos das igrejas foram reduzidos a formas religiosas e abstratas retiradas da teologia sistemática como oração, versículos bíblicos, os serviços cultivos, exorcismos, credos, testemunhos, exortações e comprometimentos.  Caso essas técnicas falhassem, não havia outra opção a não ser enviar a pessoa a um especialista secular. O vaco existente no aconselhamento bíblico era inversamente proporcional à quantidade de aconselhamento secular oferecida.  No século XX nasceu e se proliferou a psicologia moderna e os profissionais de saúde mental. As instituições seculares se uniram às principais igrejas e divulgaram a cultura moderna da terapia secular. Formas moderna de autoconhecimento, teorias da personalidade, questões de relacionamento não eram mais derivadas da Palavra de Deus. A palavra de Deus era insignificante para objetivamente explicar e abordar os problemas humanos. A grande questão é que juntamente com a proposta de ajuda vários pressupostos vieram embutidos, como que os seres humanos não foram criados e não são sustentados por Deus; que o sofrimento humano não existe em um contexto de significado maior que o próprio sofrimento, que os seres humanos não são constantemente observados, e avaliados e que um dia serão aprovados ou reprovados; que os eleitos são redimidos por Cristo Jesus.  Os evangélicos poderiam ter se posicionado contra essas ideias, mas eles apenas ofereceram um trabalho alternativo muito rudimentar de ajuda e cura da alma.  O conhecimento e as habilidades para pacientemente conduzir resolução de problemas passaram a ser de domínio dos profissionais seculares ou crentes liberais.

Adaptação do original Cure of Souls (and the modern Psçychoterapies) de David Powlison.
Texto completo disponível em http://www.ccef.org/cure-souls-and-modern-psychotherapies





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