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terça-feira, 30 de março de 2010

OS PURITANOS E A CONFIANÇA EM DEUS


O compromisso puritano com a Palavra de Deus originou-se da devoção à pessoa de Deus como seu autor. Para um puritano, em termos práticos, todos os erros doutrinários e morais podem ser, em última análise, uma baixa concepção de Deus. Os puritanos eram conhecidos por serem pessoas intoxicadas por Deus. Eles tinham uma cosmovisão teocêntrica – relacionando tudo na vida de alguém, incluindo todos os problemas pessoais; à natureza, ao caráter e ao propósito de Deus. Para os puritanos a teologia não era uma ciência esotérica e enigmática a ser estudada por uma elite acadêmica, ao contrário, foi um assunto eminentemente relevante para todos os crentes. Da mesma forma, a psicologia, como conhecimento do homem, estava arraigada à teologia, que se constituía no conhecimento de Deus. Esse foco dos puritanos centrado em Deus brotava de uma devoção profunda e adequada ao Criador. Thomas Watson, teólogo inglês do século 17, é quem melhor capta a ênfase puritana acerca do amor por Deus em sua explicação da natureza, grau e fruto do amor. Por natureza, o amor de Deus deve ser completo, sincero, fervoroso, ativo, exclusivo e permanente. O que Watson concluiu a partir disso é o que diferencia a visão de Deus do puritanismo inglês da atitude evangélica contemporânea “Você talvez ame demais a criatura. Você pode amar demais o vinho e a prata; mas não há como você amar Deus em excesso. Se isso fosse possível, esse excesso seria uma virtude; mas é por causa do nosso pecado que somos incapazes de amar Deus o suficiente.” Portanto, jamais devemos cessar de buscar maior compreensão de Seus propósitos e maior devoção à Sua pessoa. Um anseio consumidor por Cristo deixa pouco espaço para as distrações como a busca da auto-satisfação. Os puritanos não viviam preocupados com as suas próprias necessidades como a geração do eu. Desse modo, seu ponto teocêntrico favorável conferiu-lhe uma perscpectiva diferente acerca da natureza do homem, particularmente no que diz respeito ao funcionamento das faculdades humanas.



Pr. Carlos

Baseado no texto de Ken L. Sarles

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