Baseado em Mateus
6.19-34.
Don´t worry, be happy! Este
era o conselho dado por uma canção
de Bob Marley vários
anos atrás.
No entanto, para quem luta contra a ansiedade esse conselho é simplista. Não existe um
interruptor que se possa acionar para desligar a ansiedade.Talvez
não
haja um problema que atormente mais do que a ansiedade, ela chega rápido, mas demora a
sair. Ela consome o nosso sono, sulga as nossas energias, arruína relacionamentos,
e agrava os problemas de saúde. Hoje em dia a nossa cultura está abolindo
gradualmente as noções
de pecado e responsabilidade pessoal. Neste sentido, a ansiedade tem sido
encarada por muitos como uma doença e até
medicada como tal. Sendo assim encaixada no modelo médico. Mas o que é
o modelo médico? No
evangelho da medicina moderna
que tudo se reduz ao funcionamento do corpo. Não há
um aspecto espiritual, apenas a matéria. Nem mesmo se considera a ideia de que o homem vive
perante Deus. Quando a matéria
está
“normal”, tudo está bem e a intervenção médica não é necessária. Entretanto,
quando os padrões
ou comportamentos biológicos
estão
“anormais”, então há uma doença. Quando
usamos o termo doença
isso, naturalmente, implica que a responsabilidade pessoal fica diminuída ou ausente e também que a medicina é o provedor de serviços exclusivo. Na
verdade, do ponto de vista do modelo médico, qualquer intervenção não-médica seria
considerada contrária
à
ética. A
grande questão
é
que atualmente a definição
de doença
inclui muito mais do que um nível
baixo de glicose no sangue ou um nível alto de colesterol. Hoje o modelo médico também inclui qualquer
comportamento fora do comum. Tudo, desde a desobediência aos pais até o assassinato, pode
ser categorizado como doença,
o que significa por definição
que as pessoas afetadas não
são
responsáveis.
E a ansiedade tem sido interpretada a partir desde modelo, sendo, portanto, categorizada como uma doença.Do
ponto de vista bíblico
há
problemas óbvios
nesse modelo. O mais evidente é
que o modelo médico
ou a ideia de doença
ignora o fato de que os seres humanos são uma unidade de duas partes: física e espiritual,
corpo e coração.
Sem dúvida
o modelo médico
encontra muitas verdades na análise
do corpo que pode ter uma profunda influência sobre o coração. Por exemplo, um problema cerebral pode fazer com que a
pessoa fique mais propensa ao pecado. Mas os problema físicos não podem fazer com
que uma pessoa seja pecadora ou obediente. É isso que as Escrituras nos afirmam: "Por isso, não
desanimamos; pelo contrário,
mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior
se renova de dia em dia.”
(2 Co 4.16). O
indicador moral é
o coração.
O corpo é
tanto uma influência
sobre coração
como também
um instrumento para que o coração
se expresse. Outro
problema do modelo médico
é
o termo anormal. Porque ele é
ambíguo,
enraizado na cultura, na opinião
e no preconceito, não
na ciência.
O que é
anormal para uma pessoa não
é
anormal para outra e o que é
anormal em um país
não
é
anormal em outro. Se
você
consultar o DSM IV ele irá
classificar cada um de nós
sob um diagnóstico
ou transtorno mental. O conceito de
anormalidade é
tão
elástico
e ambíguo
que todos nós
podemos ser rotulados de anormais. Isso pode parecer uma discussão boba, mas quando
percebemos que a anormalidade é
equivalente à
doença
e a doença
é
equivalente a uma responsabilidade reduzida, então se torna óbvio
que o modelo médico
está
declarando guerra à
perspectiva bíblica
do homem. Isso
tem acontecido com relação
à
ansiedade. Eu
não
nego que a ansiedade pode tomar uma dimensão tal em nossas vidas que aparentemente perdemos o controle
diante dela. E aí
temos um dilema teológico:
como conciliar a natureza descontrolada de alguns casos de ansiedade e a
natureza intencional e consciente do pecado? As duas coisas parecem incompatíveis e
categoricamente diferentes. Portanto, optamos pelo único modelo disponível: doença. Parece que não temos outra
escolha. Mas não
podemos nos esquecer que o pecado é mais que uma rebelião consciente contra Deus. É também
um poder enganador que quer nos controlar e nos escravizar. Esse ultimo aspecto
do pecado tem sido negligenciado pela igreja, por isso, ela às vezes se encontra
despreparada para tratar das experiências que parecem acontecer sem um propósito consciente. O
pecado vai além
de escolhas conscientes. Como um capataz cruel, o pecado nos vitima e nos
controla. Ele aprisiona e surpreende, e às vezes lutar contra ele parece ser uma tarefa impossível e improdutiva. Desta
forma, a escravidão
do pecado, que todo homem já
experimentou de alguma forma, é
similar à
doença
em outros aspectos, muito embora existam diferenças cruciais. A
diferença
fundamental é
que a escravidão
do pecado é
algo pelo qual somos responsáveis,
e podemos ser capacitados por Deus para abandoná-la. Então em alguns casos a
ansiedade é
um híbrido
ela nos controla como uma doença,
mas também
somos responsáveis
por ela. Mas categorizá-la
como uma doença
por mais profunda e crônica
que ela seja não
nos ajudará
a vencê-la. A
ansiedade é
pecado, mas Deus oferece solução
e esperança
em Cristo.
No
texto de Mateus 6.19-34 Jesus dá
a boa nova, a ansiedade tem cura. Deus garante auxílio e esperança por meio do Seu
Espírito
e Sua Palavra. O fato de Jesus falar aos seus seguidores sobre a ansiedade
indica que os cristãos
podem enfrentar tentações
nesta área.
No entanto, eles não
estão
entregue às
psicologias e técnicas
centradas no homem, mas na Palavra de Deus. Você não
está
sozinho, pois Deus o seu pai, está pronto a te ajudar. Vamos aos pontos principais do texto:
1 – Deixar-se dominara pela ansiedade é errado.
Ele
repete essa advertência
pelo menos três
vezes.Vs.
25,31,34
Se
você
é
alguém
que costuma ficar ansioso, essas advertências não
devem ser motivo de desânimo.
A graça
do Senhor Jesus Cristo está
à
sua disposição
para te ajudar contra o pecado. Embora Deus não elimine todas as situações difíceis
que podem dar ocasião
à
preocupação,
Ele é
especialista em perdoar e transformar a nossa ansiedade. Então, contrariamente, a
perspectiva médica-psicológica que tira a
responsabilidade humana as Escrituras vão deixar claro que ansiedade é uma resposta, uma reação, um ato, e mais, um ato que desagrada a Deus, um ato
pecaminoso. Somos responsáveis
pela nossa ansiedade, ela expressa algo que está acontecendo em nossos corações. A ordem do Senhor Jesus é clara: não
andeis ansiosos. A
ideia que Jesus quer passar é
essa: se você
estão
ansiosos, parem; se não
começaram
não
o façam. A
palavra grega para vida é
psyche. Ela se relaciona com a plenitude da vida terrena, física e exterior. Não seja ansioso pelas
coisas deste mundo temporal (alimento, vestimenta e coisas materiais associadas
a elas).
Vs.
21 –
Ambicionar tesouros terrenos produz afeições terrenas. Eles cegam a nossa visão espiritual e
afastam-nos do serviço
a Deus. Como filhos de Deus temos um único objetivo – o tesouro no céu. Uma única visão: os propósitos de Deus, e um único mestre: Deus.
Portanto, a ordem é
não
fiquem preocupados com as coisas deste mundo. Para
avaliar o impacto do que Jesus disse aos seus ouvintes, imagine o que seria
viver em um país
de poucos recursos. Na Palestina da época havia poucos recursos. Havia ocasiões em que a neve não caia sobre as
montanhas e, como consequência,
as correntes de água
não
chegavam aos rios. De vez em quando, uma praga de gafanhotos devastava as
colheitas, trazendo fome à
população.
Por outro lado, quando havia fome, não havia dinheiro e, sem ele, ninguém podia comprar
roupa e outros gêneros
de necessidade. Muitos
em nossa cultura preocupam-se excessivamente com coisas relacionadas ao
bem-estar do corpo, maquiagem, cabeleireiro, ginástica, roupas, carros, casas, alimentação, jóias, passeios,
viagens.
Porque
é
pecado andar preocupado?
No
texto Jesus expõe
as raízes
pecaminosas da ansiedade e aponta uma saída.
Vs.
19-25
2 – A ansiedade expressa idolatria.
A
Ansiedade expressa idolatria. Que significa adorar alguém ou alguma coisa
que não
são
o verdadeiro Deus. Trata-se de entregar
o coração
a um falso salvador, exaltar os seus desejos pessoais acima do salvador e
servir a um outro Senhor em lugar do verdadeiro Senhor. A ansiedade demonstra
que você
está
alicerçando
a sua vida em um falso deus. Jesus
começa
o verso 25 com o termo portanto, que nos leva de volta aos versos 19 a 24, onde
Jesus fala da idolatria. Em
vez de se focar nos tesouros celestiais o ansioso se prende aos tesouros
terrenos, como trabalho, casamento, posses, saúde, filhos. Como seus olhos estão focados nestes
tesouros eles passam a viver em constante preocupação com o futuro.
Quando fazemos isso deixamos de desfrutar dos tesouros celestiais, os bens que
temos em Cristo, os quais superam as quinquilharias perecíveis que tanto
valorizamos. Em
vez de fixar os olhos em Cristo os olhos do ansioso estão fixados nas preocupações deste mundo (vs.
22-23), nos impedindo de ver as coisas lá do alto. Em
vez de servir a Deus, os ansiosos dedicam-se a senhores que competem com ele
(vs. 24). Os senhores de escravos exigem dedicação exclusiva, não se pode trabalhar para dois senhores. Quer esse senhor seja o dinheiro, a sua
reputação,
seu cônjuge,
a sua vocação,
você
deve entrega-los a Cristo, o seu Senhor, e não permitir que ocupem o trono do seu coração. Sempre
que você
estiver preocupado, examine os seus tesouros que você considera de valor.
O que prende o seu olhar? Quem o ocupa o lugar do verdadeiro senhor em sua
vida? Arrependa-se não
apenas do comportamento ansioso, mas também da idolatria que o motiva. Portanto,
a ansiedade é
na verdade a ponta do iceberg, na base, num nível mais profundo temos a idolatria, ou seja, o entregar do
coração
a um falso deus. Quando
fazemos isso, escolhemos sair dos limites do reino de Deus e procurar bênçãos na terra dos ídolos. Ao voltarmos
para os ídolos,
estamos dizendo que desejamos algo da criação mais do que desejamos o criador. O
que é
um deus? É
qualquer pessoa ou coisa na qual depositamos a nossa afeição a ponto de nos
entregarmos com um apego excessivo e pecaminoso. A idolatria abarca qualquer
coisa que adoramos: a cobiça
por prazer, respeito, amor, poder, controle, isenção de dor. O
propósito
da idolatria é
manipular o ídolo
para o nosso benefício,
mas os ídolos
não
cooperam. Ao invés
de dominarmos os nossos ídolos,
nós
nos tornamos seus escravos e começamos a nos parecer com eles. (Sl 115.8). Mas porque eles tem
tanto poder? Por causa da presença silenciosa que está atrás
dele: Satanás.
Quando colocamos a nossa afeição
em objetos criados demonstramos a nossa afinidade com Satanás.
2 – A ansiedade expressa incredulidade, a solução é a fé.
A
ansiedade não
expressa apenas a idolatria, mas expressa também incredulidade. Jesus não se dirige aos seus ouvintes como a pagãos incrédulos, mas como a
homens de pouca fé. A ansiedade surge da dúvida que ainda está no coração. Jesus
não
se limitar a proibir a ansiedade, mas apresenta as razões pelas quais não devemos nos
preocupar. Ficar ansioso é
negar de forma prática
o poder, o amor e sabedoria de Deus para
com você
na situação
que você
enfrenta. Vs.
25-30
Jesus
lembra que o mesmo Deus que cuida das aves e das flores, atribuí a você muito mais valor do
que a elas. Seu Deus cuida das plantas e dos animais, Ele não cuidará de você, irmão, que foi criado à sua imagem e
comprado pelo precioso sangue do Cristo, recriado com a vida de Cristo e selado
pelo Espírito
Santo?
Os vs.
31,32
afirmam que a ansiedade caracteriza os pagãos, aqueles que não pertencem ao pai celestial. Porque os pagãos sim procuram
avidamente as coisas temporais. Os cristãos, porém,
têm
um pai que conhece as suas verdadeiras necessidades e as atende no tempo certo.
A raiz da ansiedade é
a desconfiança
de tudo o que Deus prometeu nos dar em Cristo Jesus. Qual
é
o antidoto? Crer
nas promessas de Deus e orientar a sua vida de acordo com as prioridades de
Deus.(v. 33). Nenhuma das promessas de Deus jamais falhou. Neste sentido John Piper em seu texto Quando estou ansioso nos traz as seguintes orientações:
Quando
estou ansioso sobre meu ministério ser inútil e
vazio
eu luto contra a incredulidade com a promessa
de Isaías 55:11: "Assim será a
palavra que sair da minha boca: não
voltará para mim vazia, mas fará o que
me apraz e prosperará naquilo para que a designei."
Quando
estou ansioso sobre ser muito fraco para realizar o meu trabalho,
eu
luto contra a incredulidade com a promessa de Cristo: "A minha graça te
basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza" (2 Coríntios 12:9).
Quando
estou ansioso sobre decisões que preciso tomar sobre o futuro,
eu
luto contra a incredulidade com a promessa: "Instruir-te-ei e te ensinarei
o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho"
(Salmos 32:8).
Quando
estou ansioso sobre encarar oponentes,
eu luto contra a incredulidade com a
promessa: "Se Deus é por nós,
quem será contra nós?"
(Romanos 8:31).
Quando
estou ansioso sobre o bem-estar daqueles a quem amo,
eu luto contra a incredulidade com a promessa
que se eu, sendo mau, sei como dar coisas boas para os meus filhos,
"quanto mais vosso Pai, que está nos céus,
dará boas coisas aos que lhe pedirem?"
(Mateus 7:11). E luto para manter meu equilíbrio
espiritual com a lembrança que ninguém há que
tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou
mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor a
Cristo "que não receba, já no
presente, o cêntuplo de casas, irmãos,
irmãs, mães,
filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna"
(Marcos 10:29-30).
Quando
estou ansioso sobre ficar doente,
eu
luto contra a incredulidade com a promessa: "Muitas são as
aflições do justo, mas o SENHOR de todas o
livra" (Salmos 34:19). E tomo a promessa com temor: "A tribulação
produz perseverança; e a perseverança,
experiência; e a experiência,
esperança. Ora, a esperança não
confunde, porque o amor de Deus é
derramado em nosso coração pelo Espírito
Santo, que nos foi outorgado" (Romanos 5:3-5).
Quando estou ansioso sobre estar ficando
velho,
eu luto contra a incredulidade com a promessa:
"Até à vossa
velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu
vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois,
carregar-vos-ei e vos salvarei" (Isaías
46:4).1
Quando
estou ansioso sobre morrer,
eu
luto contra a incredulidade com a promessa que "nenhum de nós vive
para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se
morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do
Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser
Senhor tanto de mortos como de vivos" (Romanos 14:7-9).
Quando
estou ansioso sobre a possibilidade de naufragar na fé e me
afastar de Deus,
eu
luto contra a incredulidade com as promessas: "aquele que começou boa
obra em vós há de
completá-la até ao
Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6); e "também pode
salvar totalmente os que por ele [Cristo] se chegam a Deus, vivendo sempre para
interceder por eles" (Hebreus 7:25).
Lutemos,
não contra outras pessoas, mas contra nossa própria
incredulidade. Ela é a raiz da ansiedade, a qual, por sua vez, é a
raiz de muitos outros pecados. Assim, liguemos nossos pára-brisas,
o jato de água e mantenhamos nossos olhos fixos nas mui
grandes e preciosas promessas de Deus. Tome a Bíblia,
peça auxílio ao
Espírito Santo, guarde as promessas em seu coração, e
lute o bom combate – viver pela fé na graça futura.
Sempre
que você
ficar ansioso saiba que é
um sintoma de idolatria e de incredulidade remanescente em seu coração. Naquele momento
você
está
vivendo para alguém
ou para alguma coisa além
do Senhor, e existe alguma verdade ou promessa de Deus que você está deixando de abraçar. As
perguntas de auto-avaliação
podem leva-lo a refletir a sua ansiedade à luz da Palavra. Certifique-se se avaliar esses assuntos em
oração:
1
–
Quais as áreas
da minha vida que provocam ansiedade com maior frequência?
Arrependa-se
por deixar as preocupações
controlarem você.
2
–
Em quais mentiras eu acredito e os ídolos específicos
que sou mais propenso a adorar?
Identifique-os
e confesse-os a Deus.
3
– Quais verdades específicas a respeito de
Deus e quais promessas de Deus eu
preciso abraçar
a cada dia?
Encher
a sua mente com a Palavra de Deus ajudará a afastar os ídolos e a incredulidade remanescente.
4
–
Quais os passos de fé
e obediência
eu preciso dar hoje? Quais as tarefas que Ele me chama a cumprir?
Invista
as suas energias de bom grado naquilo que deve ser realizado hoje.
Quero
incentivá-lo
a não
fazer isso sozinho, Deus o colocou em comunhão com o corpo de cristo. Conte com a ajuda dos pastores, um
amigo sábio, que possa auxiliá-lo em sabedoria e
amor, a conhecer e aplicar a Palavra de Deus às situações
que contribuem para a ansiedade.
Baseado no texto de Robert Jones Rumo ao Coração da Ansiedade.
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