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domingo, 15 de novembro de 2009

RESENHA DO LIVRO VERDADE ABSOLUTA


SOBRE A AUTORA


NANCY RANDOLPH PEARCEY é perita em Francis Schaeffer e ensina no World Journalism Institute. Mestre em Ciências Humanas pelo Covenant Theological Seminary.Pós-graduada em filosofia no Institute for ChriV stian Studies (Toronto, Canadá). Atualmente, serve como estudiosa convidada no Torrey Honors Institute (Universidade Biola). É membro associado do Discovery Institute`s Center for Science and Culture.Autora de colaboradora de vários livros. Exemplos: O Cristão na Cultura de Hoje, E Agora como Viveremos?Vencedora do prêmio ECPA Gold Medallion.

A) ESTRUTURA DO LIVRO

O Livro é dividido em quatro grandes blocos. Conforme abaixo:

1 – O QUE HÁ NUMA COSMOVISÃO?

Nesta parte Nancy Pearce faz uma explanação sobre o que é uma cosmovisão e mais ainda a necessidade de lermos as cosmovisões existentes no mundo a partir de uma cosmovisão bíblica. A autora tem a preocupação de mostrar que o cristianismo não é uma cosmovisão restrita a uma área especializada de crença religiosa e devoção pessoal. Mas pelo contrário, ela deve dialogar com as cosmovisões seculares que incluem a ciência, política, economia e o restante do cenário público. Há um combate de uma visão dualista da vida onde o cristianismo é colocado dentro de uma gaveta e vivido ali.

2 – COMEÇANDO DO COMEÇO

É feita uma análise da cosmovisão darwinista que tem influenciado todas as áreas do conhecimento: a psicologia, a teologia, a genética, a filosofia etc. Nancy desconstrói esta linha de pensamento, mostrando a sua incoerência, inaplicabilidade e falta de objetividade. Fica claro que assim como as demais cosmovisões, o evolucionismo tem suas bases alicerçadas em crenças e que, neste aspecto, não é muito diferente do cristianismo.

3 – COMO PERDEMOS A MENTE CRISTÃ.

Nesta parte é feita uma análise histórica de como a cosmovisão cristã deixou de influenciar as demais áreas do conhecimento perdendo espaço para outras cosmovisões opostas a ela. Fica claro que esta perda se deu pela incompetência da igreja cristã em dialogar com os questionamentos que surgiram. Havendo desta forma duas reações ao surgimento de novas cosmovisões: a) A teologia tornou-se serva de outras áreas do conhecimento, passando a ser mais influenciada do que influenciadora; b) A igreja passou a viver uma fé compartimentada, e a religião deixou de ser considerada uma verdade objetiva à qual todos se submetem, passando a ser tratada como uma mera questão de gosto pessoal que se escolhe.

4 – E AGORA? VIVEMOS INTENSAMENTE.

Faz-se uma reflexão sobre o que é a verdadeira espiritualidade. O cristianismo oferece o melhor sistema cognitivo para explicar o mundo, e não se resume apenas a uma sistema. No entanto, o conhecimento desta verdade só se torna útil quando é aplicado na rotina diária das pessoas, desta forma a obra de Cristo na cruz deve ser aplicada nesta vida e não apenas na vida pós-morte. Portanto, não basta apenas ter uma cosmovisão cristã ela precisa ser aplicada no dia a dia, nas aulas da faculdade, no ambiente de trabalho, no diálogo com outras cosmovisões, na maneira de se produzir arte e inclusive na vida eclesiástica.

ASPECTOS QUE MAIS ME CHAMARAM A ATENÇÃO

Os cristãos são chamados para resgatar culturas inteiras e não só indivíduos, sinto a impaciência entre os evangélicos de ter mais que uma fé puramente privatizada, que aplique princípios bíblicos a área como trabalho, negócio e política (fé coletiva).

“O evangelho é como um leão enjaulado”, disse o grande pregador batista Charles Spurgeon. “Não precisamos defendê-lo, só precisamos deixar que saia da jaula”.

Uma novidade apresentada pelo livro é o fato de o chamado para a igreja ser para resgatar culturas inteiras e não apenas indivíduos. Quando se vive uma fé privatizada, corre-se um risco muito grande de não se aplicar os fundamentos bíblicos a áreas como trabalho, negócio, política, artes etc. Cada cristão tem um chamado de Deus para reformar a cultura que o cerca nos seus círculos sociais (famílias, igrejas, escolas, bairros, lugares de trabalho, organizações profissionais e instituições cívicas) e isto só vai acontecer se uma cosmovisão cristã puder ser desenvolvida. A igreja precisa criar a consciência de que é chamada não para fugir da cultura circundante, mas para envolvê-la.. Algo que chama muito a atenção no livro é fato de os jovens crentes, criados em lares cristãos irem para a faculdade e abandonarem a sua fé. E isto acontece porque não são ensinados a desenvolverem uma cosmovisão bíblica, não sabem dialogar com as demais cosmovisões e fazem o cristianismo algo restrito a uma área especializada da crença religiosa e da devoção pessoal, como resultado, ou negam a fé ou vivem um cristianismo de gaveta. A autora deixar claro que uma das formas de se superar este tipo de pensamento é superar a divisão entre “coração” e “cérebro”, rejeitar o pensamento dicotômico que faz a vida ter duas facetas: uma sagrada (limitada a coisas como adoração, moralidade pessoal) e outra secular (que inclui a ciência, política, economia e o restante do cenário público). É preciso entender que o cristianismo é uma verdade objetiva e não de mero gosto pessoal, que escolhemos. O cristianismo tem a verdade sobre o todo da realidade e uma perspectiva para interpretar todos os assuntos da vida. Desta forma, Nancy deixa claro que desenvolver uma cosmovisão cristã consiste, na verdade, em submeter o “eu” a Deus, em ato de devoção a serviço Dele. Portanto, mais do que ser cristão no trabalho é necessário desenvolver uma estrutura bíblica sobre o trabalho. Isto tudo acontece porque em geral, as igrejas enfatizam muito a justificação (como ter uma relação certa com Deus), mas pouco é dito sobre a santificação (como viver depois da conversão). Portanto, quando se fala de santificação significa que deve estar disposto a se submeter ao padrão de sofrimento que Ele modelou para a humanidade, é assim que começa o processo de desenvolvimento de uma cosmovisão cristã, em primeiro lugar desarraigando os ídolos de um padrão de pensamento, e segundo, criando uma cultura ao invés de criticar a cultura.

Pr. Carlos

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