Páginas

sábado, 20 de novembro de 2010

ACONSELHE A PALAVRA


“Ó Senhor, Tu atingiste meu coração com a Tua Palavra e eu Te amei.” Essas palavras são de Agostinho que assim expressa a experiência de todo crente verdadeiro. A palavra de Deus é viva e ativa; ela atinge o âmago da questão, convencendo do pecado, convencendo da graça de Deus. Esta Palavra é eficaz para despertar amor e poderosa para renovar a mente. Ela guia, protege e pastoreia sabiamente ao longo do caminho. A Bíblia não é uma nobre filosofia humana. Não é um encantamento mágico. A Palavra é aquilo que Deus diz: a respeito dEle mesmo e da Sua vontade, a respeito de você, a respeito do mundo em que você vive. A Palavra revela Aquele que fala, Aquele que lhe diz o que você precisa fazer para se arrepender e aprender a confiar nEle, amá-lo e obedecê-lo. Quando acolhida, a Palavra provoca mudanças em você – o bom solo produz bom fruto. Quando rejeitada ou ignorada, a Palavra também produz mudanças em você – o coração torna-se cada vez mais duro, cego e surdo. As Escrituras nos falam do ministério da Palavra que envolve a pregação e o aconselhamento. Com relação à pregação não há dúvidas quanto a isto, mas quando se fala de aconselhamento as pessoas costumam franzir a testa, pois não o vêem com integrante do ministério da Palavra. A maioria daqueles que acreditam na Bíblia rende-se diante de conselhos não-biblicos. Para estes, a Palavra é apenas um recurso entre vários recursos possível que são achados tanto nos livros de auto-ajuda, quanto nas mídias em geral, neste sentido, a Palavra tende a ter um papel secundário, adicionada a uma mensagem que lhe é alheia. Ou talvez não tenha mesmo papel algum, tida como insuficiente para lidar com os problemas das pessoas. Mas o conteúdo do aconselhamento deve ser a Palavra de Deus aplicada à vida da pessoa, qualquer conteúdo alternativo é uma falsa religião e uma invenção humana. A palavra deve ser ministrada no aconselhamento com tanta prontidão quanto na pregação. A psiquiatria e as psicologias atuais geraram um número sem fim de variações novas de erros antigos. As pesquisas científicas saíram em busca do pote de outro no fim do arco-íris: as teorias que reivindicam a descoberta de uma base biológica amoral para o comportamento humano desfilam uma após outra. E os psicoterapeutas nunca deixam de ter clientes perturbados e crédulos, que vão de neuróticos a portadores de baixa autoestima, de sofredores a co-dependentes. Os cristãos aproveitam em seu aconselhamento cada teoria nova que surge no horizonte, contradizendo a Palavra, e fazem mau uso de versículos bíblicos em busca de confirmação e apoio para tais teorias. Mas há também o problema da mensagem e do método errado. O primeiro grupo aponta para a superficialidade evidente do segundo grupo como justificativas para se voltar às “abordagens profundas” da psicologia, distanciando-se de uma Bíblia que parece fraca, de segunda categoria, geralmente irrelevante e até um tanto esquisita para o aconselhamento. Mas existe um caminho melhor – Aconselhar a Palavra – mas isto é um projeto de vida. Aplicar a Palavra à vida real com sabedoria é um trabalho árduo, para ser realizado com oração e seriedade.

Pr Carlos
Baseado no texto de David Powlison