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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Aconselhamento Bíblico nega a existência da doença mental ou emocional e a cura que se faz necessária nessas áreas?


O conceito de doença mental é uma teoria baseada em um modelo médico de doença. No modelo médico uma doença orgânica é a causa de vários sintomas no corpo. O corpo está doente porque algo externo o abalou. Por exemplo, uma pessoa fica gripada porque contraiu o vírus da gripe, ela não é culpada de sua doença, se ela deixar de ir ao trabalho por estar sem condições ela não pode ser responsabilizada. Essa mesma lógica é aplicada, hoje em dia, ao comportamento que é difícil de explicar. Quando uma pessoa tem um comportamento bizarro, não explicado por meio de exames de laboratório, criou-se a teoria de que ela está mentalmente enferma, e já que ela é doente, ela não é responsável por suas ações. A dificuldade dessa teoria é que ela não pode ser comprovada. Existem testes que mensuram o pensamento, mas esses não comprovam que a mente está doente, mesmo que o cérebro o esteja, mas a mente não é o cérebro. Tumores, doenças severas, infartos, etc podem danificar parte do cérebro e podem afetar a forma como a pessoa pensa e age, mas essas coisas não são doenças mentais, são doenças orgânicas que podem ser comprovadas em laboratório. Podem fazer com que o cérebro adoeça, mas não a mente. A psiquiatria utiliza rótulos de doença para descrever diferentes grupos de sintomas. Quando uma doença orgânica é encontrada, recebe um rótulo que descreve o problema no corpo. Por exemplo, por meio de exames médicos, pode se descobrir que uma pessoa com o diagnóstico de depressão tem uma tireóide hipoativa. Nesse caso, o diagnóstico é mudado de depressão para hipotireodismo. Se a doença mental tiver base orgânica, o termo doença mental deve ser substituído pelo nome da doença física no corpo. Alguns afirmam que a melhora no comportamento das pessoas é justificada por meio do uso de remédios. No entanto, esta lógica não é científica. Dois eventos simultâneos não significam automaticamente que um foi a causa do outro. Embora a maioria das pessoas em nossa sociedade aceite a teoria da doença mental como fato, isso ainda não a torna fato. Esse é um raciocínio filosófico, não científico. A filosofia da existência de doenças mentais nega o que a Bíblia ensina, pois a Bíblia fala que cada homem é responsável por suas ações. Quando os problemas das pessoas não são tratados biblicamente, os resultados são pensamentos confusos e sentimentos ruins. Aqueles que rotulam o comportamento como doença, levam os seus portadores a crerem que jamais serão curados, removendo a sua esperança e a vitória disponíveis por meio da aplicação de princípios bíblicos. O conselheiro bíblico pode oferecer algo superior à cura – pode oferecer vitória em meio às circunstâncias difíceis, em vez de sentimentos melhorados ou tentativas de mudar as circunstâncias. Isto é bíblico e muito superior a uma cura que não pode ser definida ou mensurada.


Pr Carlos
Adaptado do texto de Robert Smith, Dr.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

COMO É QUE A GRAÇA DE DEUS E O EVANGELHO SE HARMONIZAM NO ACONSELHAMENTO BÍBLICO


A Bíblia fala da graça de Deus nas boas novas de Jesus Cristo. O tema central da Bíblia é Jesus Cristo, o Salvador e Senhor; portanto, o aconselhamento bíblico diz respeito a Jesus Cristo como o Salvador e Senhor. Jesus abriu a mente dos seus discípulos para compreender as Escrituras, Ele falou de arrependimento, de perdão dos pecados, e a respeito de fazer discípulos. A proposta da Bíblia é tornar pecadores em filhos do Pai, sendo assim, o aconselhamento diz respeito a tornar pecadores em filhos do Pai. Desta forma, há uma mensagem graciosa no aconselhamento bíblico. O conselheiro bíblico demonstra uma franqueza amorosa, humildade, dependência em oração, sabedoria, gentileza, ousadia, bondade, persistência, coragem, autoridade, flexibilidade, auto-sacrifício e paciência. O aconselhamento bíblico procura aparelhar os conselheiros a ministrarem todo o conselho de Deus. O evangelho é o material fundamental do conselheiro. Cada parte do aconselhamento bíblico é composta de evangelho e graça; desde a compreensão das pessoas e de seus problemas até o modo de resolvê-los. Mas alguns acham que o conselheiro bíblico simplesmente diz: “Eis como aceitar o evangelho e a graça perdoadora de Deus de forma que você vá para o céu. Agora, até lá, faça isso. Não faça aquilo. Aprume-se. Apenas diga não. Seja uma pessoa boa.” Esta moralização é antibíblica. A Bíblia não acrescenta o poder da vontade e do esforço próprio à graça. O evangelho e a graça de Deus não dizem respeito apenas ao perdão pela culpa do pecado, mas tratam do poder de Deus para transformar progressivamente os crentes, durante a vida inteira. O Espírito Santo objetiva mudar os crentes nos detalhes práticos da vida. A auto-revelação de Deus torna-se o ambiente no qual vivemos; as promessas de Deus se tornam o alimento que nos sustenta; os mandamentos de Deus se tornam a vida que passamos a viver. O conselheiro bíblico visa sim à obediência prática, e muitos acham que esta ênfase na obediência significa contradizer a graça do evangelho. Mas a graça é graça eficaz. Não é correto ser perdoado do adultério e continuar sendo adúltero. Não traz honra ao evangelho a ansiedade ser perdoada, e a pessoa continuar sendo incrédula. Não é cristão uma pessoa egoísta ser perdoada e ela continuar sem levar em conta os interesses dos outros. Deus quer fazer discípulos por meio da graça do evangelho, mas este discípulo tem que ter mudanças práticas em sua vida. Um grande problema que temos é que muitos conselheiros bíblicos não são realmente bíblicos. Muitos são deficientes no conhecimento das Escrituras. Precisam estudar. Pedir a Deus que revele as suas carências, se arrepender da sua insensatez; pedir a Deus que conceda sabedoria, aprender humildemente de conselheiros bíblicos mais maduros.

Pr. Carlos
Adaptado do texto de David Powlison