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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ACONSELHANDO PESSOAS ENVOLVIDAS COM A PORNOGRAFIA (PARTE 1)


Vivemos em um mundo pornificado, um mundo em que a pornografia está misturada à cultura popular, ela não é mais algo secreto e vergonhoso. Meninos e meninas têm tido acesso ao mundo da sexualidade por meio da pornografia. E ela tem definido, em alguns casos, as suas vidas sexuais, estando presente não presente apenas nos filmes pornográfico, como também nas esculturas, pinturas, no cinema, nas novelas, nas músicas e nos clips da MTV, não dá mais para fingir que a pornografia não faz parte da vida do homem do século XXI. Ignorar a pornografia significa fechar os olhos para um problema que tem afligido a vida de milhões de brasileiros.


Desta forma, a pornografia também está presente na vida da igreja, na vida de vários cristãos, que temem ser descobertos, mas ao mesmo tempo não conseguem se livrar deste mal que os aflige e domina. A pornografia tem consistido na vida de muitos, em uma força sinistra que gera vazio e desesperança, mas que ao mesmo tempo consiste em uma fuga, fuga de uma realidade que exige que nos relacionemos com o próximo, e sejamos íntimos uns dos outros. Acontece que intimidade significa conhecer defeitos e qualidades de uma pessoa. E a pornografia oferece uma rota alternativa, uma fuga da intimidade, uma fuga de relacionamentos profundos e transformadores, uma fuga que tem seduzido a muitos.

A sexualidade não é um tema tratado com muita ênfase pela igreja, apesar de estar sempre presente na vida das famílias que a compõem, e a pornografia é, sem dúvida, um assunto delicado. Mas não se pode ignorar que os conceitos advindos da pornografia estão remodelando o entretenimento, a publicidade, a moda e toda a cultura popular. E além de influenciar seus usuários, influencia também toda a forma de viver de uma geração; ela tem influenciado as bases da nossa sociedade. A cultura pornificada está presente no nosso dia a dia, e na nossa cosmovisão de mundo.

Portanto, a proposta deste trabalho é mostrar as influencias da pornografia em nosso mundo, fazendo uma leitura teo-referente dela e, por fim, apresentar uma proposta de aconselhamento para as pessoa diretamente envolvidas nela.

Para os adolescentes a pornografia torna-se um rito de passagem, é como se fosse, para muitos, um ingresso na vida adulta, é quando muitos têm acesso ao mundo da sexualidade, ao descobrimento do nú feminino. Para os homens que hoje estão na casa dos trinta, esse acesso se deu por meio de revistas “masculinas”, como playboy, sex, hustle, etc. Mas para os adolescentes contemporâneos, bem como aqueles que estão por volta dos vinte, isto se deu por meio da internet. A pornografia tem sido o meio de “instrução” sexual para muitos. Neste sentido Pamela Paul faz a seguinte afirmativa:

“A pornografia é, com frequência, a primeira instância sexual na qual os meninos aprendem sobre sexo e começam a compreender a própria sexualidade, as fantasias, as preferências e as predileções. Ali têm os seus desejos filtrados e moldados pelo que a pornografia vista lhes oferece. Adolescentes aprendem por intermédio da pornografia a direcionar os seus impulsos sexuais para o sexo oposto, a perceber a fonte dos próprios desejos e os meios de satisfazê-los – lições tradicionalmente suplementadas pela educação sexual, a orientação dos pais, as conversas entre amigos e experiência da vida real. (...) a lição pornográfica é direta: boa parte dela visa à mente do adolescente: simples, primordial, agitadora de hormônios, voltada para os resultados, enfim, um jogo que se pode vencer. A pornografia pinta o sexo como uma atividade fácil, pronta a proporcionar uma fuga bem-vinda às complicações da política sexual que os adolescentes enfrentam no mundo concreto”. (PAUL, 2006, pg. 23)

Portanto, muitos adolescentes que logo se tornam adultos, têm definido a sua vida sexual a partir da perspectiva da pornografia. A pornografia tem definido a maneira como encaram a sexualidade e até mesmo a maneira como irão estabelecer os seus relacionamentos. E, infelizmente, muitos homens concluem que o que acontece na pornografia acontece na vida real. A pornografia divulga conceitos distorcidos tais como: todas a mulheres querem sexo o tempo todo e a qualquer momento; ter muitas mulheres é melhor do que ter uma só, o que define o prazer sexual das mulheres é o que os homens desejam, ou seja, a pornografia trata-se de uma perspectiva masculina e dominadora da sexualidade.

Os homens, quando vêem pornografia, costumam fantasiar em torno do poder. Ela acaba funcionando como um escape de relacionamentos reais que muitas vezes deixam as pessoas inseguras e frustradas. Muitos homens se sentem aceitos e seguros quando têm acesso à pornografia, pois neste mundo eles mandam, têm as mulheres que querem e da maneira como querem. Neste mundo fantástico da pornografia os homens definitivamente mandam. Mas a pornografia também, “reforça” a virilidade masculina. Porque, conquistar mulheres de carne e osso tem exigido cada vez mais esforço, tempo e dinheiro. Mulheres de verdade têm TPM, irritam-se e nem sempre estão dispostas a fazer tudo o que os homens querem. Paul afirma:

“Na pornografia, elas exigem isso: a excitação e a gratificação é o que conta. O contraste entre as demandas da conquista sexual de mulheres reais e a gratificação imediata da pornografia é suficientemente sedutor para subjugar muitos homens pelo menos parte do tempo. (...) No mundo concreto, a mulher detém um poder: o de avaliar e rejeitar, bloqueando o desejo do homem e fazendo-o sentir-se inadequado, indesejado. O macho repelido, particularmente durante os anos de adolescência, quando mais apto está a descobrir a pornografia, vê-se sempre sujeito à humilhação e à frustração.” (Paul, 2006, pág.44)



Isto nos faz concluir que a pornografia oferece aos homens a opção de sexo sem risco, sem vulnerabilidade e sem mágoa, oferecendo um mundo mágico, onde os homens não deixam de ter ereção na hora certa, as mulheres sempre chegam ao orgasmo, não há obesidade, suor em excesso ou medo de perder o fôlego. Na pornografia o homem pode possuir a mulher de todas as maneiras que desejar, não há limites. Não há conversa na cama, não há necessidade de declarações de amor ou de se fazer o café da manhã ou mandar flores no dia seguinte; as pessoas não pegam doenças contagiosas, não têm que se casar ou marcar outros encontros.

Na pornografia as mulheres existem para agradar aos homens e por isso estão dispostas a tudo. A atriz pornô se acomoda ao que o homem quer ou deseja, priva-o do mau hálito, dos cabelos embaraçados. As mulheres da pornografia não discriminam. Não importa a aparência do homem, profissão ou reputação. Enfim, é um mundo de fantasia.

Mas apesar desta aparente beleza e perfeição, a pornografia tem afetado profundamento homens e mulheres e, principalmente, o relacionamento entre eles. As pessoas em geral já chegam ao casamento com o conceito de sexualidade profundamente afetado pela pornografia. Apesar do aparente discurso de que a pornografia existe apenas para entreter, há profundos maleficios para aqueles que são usuários dela.

Os grandes afetados pela pornografia são os homens. Pois ao verem pornografia buscam uma agradável sensação de alívio sexual.

“A adrenalina flui pelas veias. O cérebro libera dopaminas, serotonina e oxitocina – todas, poderosos neurotransmissores associados às sensações de prazer. A testosterona ferve. Há, ainda, a emoção da caçada, além do gosto voyeurístico de observar e fantasiar depois de descoberto o objeto pretendido.” (Paul, 2006, pág. 76)

Essas sensações todas promovem uma prisão de prazer, pois a pessoa se vê presa na fantasia, que não se alcança ao lado de uma mulher após desligar o computador. Desta forma, a pessoa precisa prosseguir. Sempre mais, o que pode levá-la a uma compulsão. O acesso à pornografia também faz com que o seu usuário passe a ter uma visão distorcida da realidade sexual. Segundo Paul:

“Um grupo de exposição maciça assegurou em média que 67% dos americanos praticavam sexo oral, contra os 34% sugeridos por aqueles que não haviam visto pornografia nas três semanas anteriores. A avalição do número de adultos que fazem sexo anal foi, por parte dos que ficaram à mercê de quantidades maciças de pornografia, duas vezes maior que a dos pesquisados não expostos à pornografia (29% contra 12%). Diga-se o mesmo de práticas sexuais menos comuns.” (Paul, 2006, pág. 78)

Pode-se perceber que o uso da pornografia afeta a maneira como se vê a sexualidade e até mesmo a definição de prazer sexual. Um homem que vê pornografia, imagina que a mulher mostrada o deseja. Isso ensina os homens a ver as mulheres como objetos e não a tratá-las como seres humanos, dando a impressão de que sexo e prazer estão completamente divorciados dos relacionamentos. A pornografia traz uma proposta de sexo autocentrado – algo que o homem faz por si mesmo e para si mesmo – usando as mulheres como recursos de prazer, como mais um produdo de consumo,e também, acentua a ênfase masculina no visual, tendo quem vista que o homem vê a mulher mas não interage com ela. A pornografia exalta o físico, trivilizando ou ignorando os demais aspectos da mulher. A mulher é literalmente reduzida às partes do seu corpo e ao seu comportamento sexual. A pornografia oferece pouco em termos de beijos, carícias iniciais, abraços, aconchegos, aspectos estes considerados “femininos”, mas que também são importantes para os homens. Portanto, não há intimidade ou confiança mútua.

Para a geração pornificada, o mundo real acaba se tornando tedioso, uma vez que no mundo pornificado as mulheres têm prazer no simples visualizar as genitais de um homem. Comparadas às atrizes pornôs, as mulheres de carne de osso parecem frígidas e desinteressadas.

Pr Carlos

Citações:
PAUL, Pamela. Pornificados: Como a Pornografia está transformando a nossa vida, nossos relacionamentos e as nossas famílias. Tradução: Gilson César Cardoso de Sousa – São Paulo: Cultrix, 2006.

domingo, 15 de novembro de 2009

RESENHA DO LIVRO VERDADE ABSOLUTA


SOBRE A AUTORA


NANCY RANDOLPH PEARCEY é perita em Francis Schaeffer e ensina no World Journalism Institute. Mestre em Ciências Humanas pelo Covenant Theological Seminary.Pós-graduada em filosofia no Institute for ChriV stian Studies (Toronto, Canadá). Atualmente, serve como estudiosa convidada no Torrey Honors Institute (Universidade Biola). É membro associado do Discovery Institute`s Center for Science and Culture.Autora de colaboradora de vários livros. Exemplos: O Cristão na Cultura de Hoje, E Agora como Viveremos?Vencedora do prêmio ECPA Gold Medallion.

A) ESTRUTURA DO LIVRO

O Livro é dividido em quatro grandes blocos. Conforme abaixo:

1 – O QUE HÁ NUMA COSMOVISÃO?

Nesta parte Nancy Pearce faz uma explanação sobre o que é uma cosmovisão e mais ainda a necessidade de lermos as cosmovisões existentes no mundo a partir de uma cosmovisão bíblica. A autora tem a preocupação de mostrar que o cristianismo não é uma cosmovisão restrita a uma área especializada de crença religiosa e devoção pessoal. Mas pelo contrário, ela deve dialogar com as cosmovisões seculares que incluem a ciência, política, economia e o restante do cenário público. Há um combate de uma visão dualista da vida onde o cristianismo é colocado dentro de uma gaveta e vivido ali.

2 – COMEÇANDO DO COMEÇO

É feita uma análise da cosmovisão darwinista que tem influenciado todas as áreas do conhecimento: a psicologia, a teologia, a genética, a filosofia etc. Nancy desconstrói esta linha de pensamento, mostrando a sua incoerência, inaplicabilidade e falta de objetividade. Fica claro que assim como as demais cosmovisões, o evolucionismo tem suas bases alicerçadas em crenças e que, neste aspecto, não é muito diferente do cristianismo.

3 – COMO PERDEMOS A MENTE CRISTÃ.

Nesta parte é feita uma análise histórica de como a cosmovisão cristã deixou de influenciar as demais áreas do conhecimento perdendo espaço para outras cosmovisões opostas a ela. Fica claro que esta perda se deu pela incompetência da igreja cristã em dialogar com os questionamentos que surgiram. Havendo desta forma duas reações ao surgimento de novas cosmovisões: a) A teologia tornou-se serva de outras áreas do conhecimento, passando a ser mais influenciada do que influenciadora; b) A igreja passou a viver uma fé compartimentada, e a religião deixou de ser considerada uma verdade objetiva à qual todos se submetem, passando a ser tratada como uma mera questão de gosto pessoal que se escolhe.

4 – E AGORA? VIVEMOS INTENSAMENTE.

Faz-se uma reflexão sobre o que é a verdadeira espiritualidade. O cristianismo oferece o melhor sistema cognitivo para explicar o mundo, e não se resume apenas a uma sistema. No entanto, o conhecimento desta verdade só se torna útil quando é aplicado na rotina diária das pessoas, desta forma a obra de Cristo na cruz deve ser aplicada nesta vida e não apenas na vida pós-morte. Portanto, não basta apenas ter uma cosmovisão cristã ela precisa ser aplicada no dia a dia, nas aulas da faculdade, no ambiente de trabalho, no diálogo com outras cosmovisões, na maneira de se produzir arte e inclusive na vida eclesiástica.

ASPECTOS QUE MAIS ME CHAMARAM A ATENÇÃO

Os cristãos são chamados para resgatar culturas inteiras e não só indivíduos, sinto a impaciência entre os evangélicos de ter mais que uma fé puramente privatizada, que aplique princípios bíblicos a área como trabalho, negócio e política (fé coletiva).

“O evangelho é como um leão enjaulado”, disse o grande pregador batista Charles Spurgeon. “Não precisamos defendê-lo, só precisamos deixar que saia da jaula”.

Uma novidade apresentada pelo livro é o fato de o chamado para a igreja ser para resgatar culturas inteiras e não apenas indivíduos. Quando se vive uma fé privatizada, corre-se um risco muito grande de não se aplicar os fundamentos bíblicos a áreas como trabalho, negócio, política, artes etc. Cada cristão tem um chamado de Deus para reformar a cultura que o cerca nos seus círculos sociais (famílias, igrejas, escolas, bairros, lugares de trabalho, organizações profissionais e instituições cívicas) e isto só vai acontecer se uma cosmovisão cristã puder ser desenvolvida. A igreja precisa criar a consciência de que é chamada não para fugir da cultura circundante, mas para envolvê-la.. Algo que chama muito a atenção no livro é fato de os jovens crentes, criados em lares cristãos irem para a faculdade e abandonarem a sua fé. E isto acontece porque não são ensinados a desenvolverem uma cosmovisão bíblica, não sabem dialogar com as demais cosmovisões e fazem o cristianismo algo restrito a uma área especializada da crença religiosa e da devoção pessoal, como resultado, ou negam a fé ou vivem um cristianismo de gaveta. A autora deixar claro que uma das formas de se superar este tipo de pensamento é superar a divisão entre “coração” e “cérebro”, rejeitar o pensamento dicotômico que faz a vida ter duas facetas: uma sagrada (limitada a coisas como adoração, moralidade pessoal) e outra secular (que inclui a ciência, política, economia e o restante do cenário público). É preciso entender que o cristianismo é uma verdade objetiva e não de mero gosto pessoal, que escolhemos. O cristianismo tem a verdade sobre o todo da realidade e uma perspectiva para interpretar todos os assuntos da vida. Desta forma, Nancy deixa claro que desenvolver uma cosmovisão cristã consiste, na verdade, em submeter o “eu” a Deus, em ato de devoção a serviço Dele. Portanto, mais do que ser cristão no trabalho é necessário desenvolver uma estrutura bíblica sobre o trabalho. Isto tudo acontece porque em geral, as igrejas enfatizam muito a justificação (como ter uma relação certa com Deus), mas pouco é dito sobre a santificação (como viver depois da conversão). Portanto, quando se fala de santificação significa que deve estar disposto a se submeter ao padrão de sofrimento que Ele modelou para a humanidade, é assim que começa o processo de desenvolvimento de uma cosmovisão cristã, em primeiro lugar desarraigando os ídolos de um padrão de pensamento, e segundo, criando uma cultura ao invés de criticar a cultura.

Pr. Carlos

Você encaminha pessoas para psicólogos ou psiquiatras?


Jamais faço tal encaminhamento, a não ser que o psicólogo ou o psiquiatra esteja comprometido com o aconselhamento bíblico, ou seja, nos casos em que o título profissional é apenas acidental. A maioria dos conselheiros bíblicos possuem títulos em psicologia, psiquiatria, neurologia, medicina, enfermagem ou serviço social, e não há problema nenhum nisto, pelo contrário, é até bom. São homens e mulheres que estudam teorias e métodos de aconselhamento seculares mas que fazem uma leitura deles por meio da teoria e prática bíblica. Na verdade não conheço nenhum psicólogo, psiquiatra, pedagogo, etc que tenha estudado aconselhamento bíblico, mas conheço muitos conselheiros bíblicos que fizeram cursos seculares. O treinamento de um médico psiquiatra poderia ajudar em determinar problemas neurológicos ou outros problemas físicos, psicólogos e psicopedagogos podem ajudar a testar a inteligência cognitiva ou relacional de uma pessoa. Mas, infelizmente, os psiquiatras e psicólogos, na maioria das vezes, assumem o papel de psicoterapeutas, e acabam aconselhando as pessoas de forma não bíblica. Hoje em dia, os psicólogos têm adquirido três tipos de autoridade: 1) o direito de interpretar o ser humano e seus problemas; 2) o direito de trabalhar com pessoas que estão passando por problemas; 3) o direito de tentar resolver os problemas das pessoas. A grande questão é que maioria dos psicólogos crêem que o problema fundamental da humanidade origina-se em alguma carência, vazio, necessidade não satisfeita, feridas ou traumas. Mas em contraste com isso, a Bíblia ensina que nosso problema fundamental origina-se nas intenções, nos desejos e pensamentos ativos do coração. Somos basicamente pecaminosos, ou simplesmente reagimos de forma pecaminosa diante do fracasso daqueles que primeiro nos socorreram, quanto a satisfação de nossas necessidades.




Pr. Carlos

Baseado no texto de David Powlison

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

É verdade que o fundamento do aconselhamento bíblico está arraigado no legalismo?


Legalismo é um termo que é com freqüência utilizado sem que se pense corretamente no que quer dizer. Na verdade, legalismo significa buscar a espiritualidade por meio do que alguém faz ou não faz. No legalismo, alguém estabelece um padrão externo de espiritualidade e então julga todos por esse padrão. Em geral, o indivíduo que estabeleceu o padrão o atinge. O apóstolo Paulo denunciou esta atividade em 2 Co 10.12, quando repreendeu aqueles “que se louvam a si mesmos...medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos...”. O Aconselhamento bíblico tem sido caricaturado por seus críticos como sendo legalista, e de fato, por parte de alguns, essa acusação procede. Mas o aconselhamento Bíblico não está arraigado no legalismo.Mas ele é restrito quanto à fonte de autoridade – a Bíblia – e não existe tolerância para a integração de conceitos psicológicos seculares ou práticas na área de aconselhamento. Mas o conselheiro bíblico não se coloca como padrão para a vida e piedade. Ao contrário, ele orienta as pessoas rumo às Escrituras para que possam enxergar Deus mais claramente e perceber que Ele forneceu a elas “toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1.3). O conselheiro bíblico é como Paulo, que admitiu: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo.” (Fp 3.13,14). O conselheiro bíblico também orienta o aconselhado na direção que Paulo tomou quando disse: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Chamar o aconselhamento bíblico de legalista é negar a verdade. O aconselhamento bíblico busca honrar a Deus em todas as coisas, caminhar com irmãos e irmãs em Cristo com admoestação, conselho e repreensão quando necessário, demonstrar aos não-cristãos que seus problemas são pálidos comparados à sua necessidade de salvação em Cristo, e declarar a todos o Deus onisciente, onipotente e onipresente que é o único capaz de salvar e capacitar a pessoa a servi-lo nesse mundo.




Dennis M. Swanson



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

COMO É QUE CONSELHEIRO BÍBLICO PODE CLASSIFICAR O VÍCIO DAS DROGAS E DO ÁLCOOL, COMO PECADO QUANDO A CIÊNCIA MÉDICA TEM COMPROVADO QUE SÃO DOENÇAS?


Bom, defender a idéia que o alcoolismo e o vício em outras drogas é um pecado e não uma doença, para muitos, inclusive pastores, tem sido uma tolice. Mas este conceito médico não tem tido muita fundamentação científica. As comunidade médicas e científicas ainda estão divididas no tocante a este assunto. Tudo começou quando a Suprema Corte dos Estados Unidos, em seu famoso caso Sundance, tomou partido a favor do modelo de doença, e desta forma, retirou a responsabilidade pessoal pela bebedeira e colocou em funcionamento programas de tratamento governamentais e privados, gerando uma verdadeira “indústria da recuperação”. Mas quando olhamos para as páginas das Escrituras, vemos que ela declara a bebedice como sendo um pecado (Gálatas 5.17-21; Éfesios 5.18; 1 Pe 4.3-5). A ingestão de drogas é uma escolha pessoal, completamente dentro do controle dos indivíduos. Postular o contrário é sugerir uma predisposição genética para o vício ou sugerir que à medida que o abuso da substância continua, uma pessoa perde gradualmente a capacidade de optar por não continuar nesse padrão de vida. A defesa que se afirma nestes pressupostos é, atualmente, a idéia mais popular, até mesmo no meio cristão. Mas neste modelo, as pessoas não têm opção são vítimas da constituição genética. Este modelo não é bíblico e não encontra unanimidade na comunidade médica. O outro modelo, que diz que uma pessoa perde gradualmente a capacidade de se afastar do abuso dessas substâncias, é simplesmente modificação do modelo de doença e, novamente, não conta com opinião unificada da comunidade médica. Mas de fato, quando uma pessoa acaba sob o controle de tal tipo de substância, romper com a escravidão não é fácil. Paulo nos alerta acerca disto em 1 Co 6.12. O único tratamento eficaz contra o abuso de substâncias começa no reconhecimento de que ele é pecaminoso, de que há necessidade de arrependimento, e então, parar de praticá-lo. Isso não é agradável, e nem fácil. Em casos extremos, como no vício em heroína, é necessária uma supervisão médica. Mas a maneira que a bíblica lida com esse pecado é clara: deve haver arrependimento e parar com a atividade pecaminosa.




Pr. Carlos

Baseado no texto de Dennis M. Swanson