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segunda-feira, 19 de abril de 2010

O CONCEITO PURITANO DE PECADO

É na atitude frente ao pecado que há um contraste marcante entre os puritanos e nossa época atual. Para os puritanos, a natureza humana estava completamente deformada, constitucionalmente caracterizada por inclinação ao mal e aversão ao bem. Hoje, o pecado se encontra redefinido como resultado ou de calamidade demoníaca ou de comportamento dominado por vício. Nos dois casos o pecador tem sido reclassificado como vítima, não sendo, portanto, pessoalmente responsável por suas ações. Eles tinham uma definição bem peculiar de pecado que consistia em transferir a adoração a Deus para a adoração ao eu. Os puritanos enxergavam três estágios no engano do pecado. Primeiro, a tendência do pecado é sempre diminuir a seriedade do pecado. Segundo, quando as inclinações não estão firmemente direcionadas às coisas de Deus, a atração do pecado faz sua aparição na imaginação. Terceiro, a vontade anui ao que parece ser bom à mente e cria racionalizações para justificar o pecado que está contemplado. As emoções são alteradas e inflamadas pelas representações vívidas do prazer do pecado, enquanto as convicções da consciência são silenciadas. Desta forma, grande parte do aconselhamento puritano concentrava-se no problema do pecado por causa de sua extensão penetrante, seu caráter enganador e sua natureza pervertida. Os conselheiros puritanos sabiam que aquilo que as pessoas menos queriam ouvir era o que elas mais precisavam ouvir. Por isso, desenvolveram o princípio da mortificação, que significa matar as obras da carne (Rm 8.13), significa tirar toda a força, o vigor e o poder do pecado. E isto inclui não apenas os frutos do pecado (conduta exterior), mas também as raízes do pecado (motivações e desejos do coração). Mas mortificação não significa eliminar o pecado a tal ponto nesta vida que ele deixa de ser um problema, pois isso só será alcançado na glória. Ao contrário do que preconiza o movimento de batalha espiritual, os puritanos entendia que a verdadeira batalha do cristão é contra o pecado.


Pr. Carlos

Baseado no texto de Ken L. Sarles

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